Incentivo ao desenvolvimento de energias renováveis
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sábado, 22 de outubro de 2016
Victor Lopes<br>Reportagem Local
Grande parte das ações referentes ao biogás que acontecem no Estado estão, de alguma forma, ligadas ao Centro Internacional de Energias RenováveisBiogás (CIBiogás), uma instituição científica, tecnológica e de inovação, constituído como associação sem fins lucrativos. Ele é formado por 17 instituições que desenvolvem e apoiam projetos relacionados às energias renováveis, incluindo cooperativas e produtores no agronegócio.
A instituição foi criada a partir de um projeto da Itaipu Binacional, com o objetivo de proporcionar um ambiente favorável ao desenvolvimento da geração de energia a partir de fontes renováveis, na região do reservatório da usina. Em 2014, foi assinado um termo de compromisso com a hidrelétrica. O Centro está instalado no Parque Tecnológico Itaipu, em Foz do Iguaçu.
O diretor de desenvolvimento tecnológico, Rafael Gonzalez, comenta que se a capacidade total da produção de biogás no Paraná cerca de um bilhão de metros cúbicos fosse utilizada, seria possível abastecer com energia elétrica um município de 700 mil habitantes. "Hoje ainda temos muitos biodigestores que não estão adaptados para a produção de energia", explica.
A tecnologia, portanto, precisa cumprir também com sua função econômica na propriedade rural, dando um salto em relação aos cuidados dos passivos ambientais para o ativo energético. "Num passado recente, não tínhamos motores e motogeradores para atender essa demanda. Agora superamos isso".
Outro ponto fundamental, segundo Gonzalez, foram as novas regras estipuladas pela Resolução Normativa nº 482/2012, que criou o Sistema de Compensação de Energia Elétrica, permitindo ao consumidor gerar sua própria energia e transformar em créditos, trocando com a distribuidora. A partir de março deste ano, passou a valer mudanças bem positivas, como o aumento da validade desses créditos para cinco anos e eles ainda podem ser abatidos em unidades consumidoras do mesmo titular, mas em outro local físico. "Essas melhorias do ponto de vista tecnológico e de regulamentação fizeram com que esse mercado se organizasse ainda mais".
A CIBiogás, analisando os custos e, claro, oferta e demanda de energia no agronegócio, acredita que o implemento de cooperativas e produtores no Estado pode aumentar ainda mais. "A energia está sempre entre os dois ou três primeiros pontos quando se trata dos custos de produção. O retorno para esse tipo de investimento é muito interessante, o que me faz crer nessa popularização".
A aposta é tão grande que a entidade realiza inclusive cursos sobre fontes renováveis de energia, seus benefícios e formas de implantação deste tipo de tecnologia. Os cursos abrangem desde o básico, como as energias oriundas do biogás, a operacionalização de biodigestores até temas mais aprofundados, como a segurança para implementar o processo (módulo que está sendo desenvolvido).