Em Marialva, produtores optaram pelas rosas como alternativa de renda, integrando com soja ou em substituição à uva
Em Marialva, produtores optaram pelas rosas como alternativa de renda, integrando com soja ou em substituição à uva | Foto: Ricardo Chicarelli
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O agricultor familiar paranaense sabe que a diversidade facilita a geração de renda. Em meio a esse "mar produtivo" de grãos que inunda o Estado, está o cultivo de flores em pequenas áreas integrados a diversas culturas. Oportunidade para faturar num mercado que cresce anualmente, atingido marca próxima a R$ 6 bilhões, de acordo com o Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor). A poucos menos de um mês do Dia de Finados, a expectativa cresce para algumas variedades cultivadas, principalmente as plantas de vaso.

A receita da floricultura paranaense segue um ritmo interessante na última década. De acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura (Seab), o valor chegou a R$ 151 milhões em 2015, crescimento de 31% comparado ao ano anterior. Entre 2005 e 2014, a receita do setor aumentou 89%.



Em Marialva, no Noroeste do Estado, produtores optaram pelas rosas como alternativa de renda, integrando com soja ou em substituição à uva (veja box). Em Uniflor, na mesma região, são produzidos 64% dos crisântemos do Paraná. Em Maripá, no Oeste, cidade em que a piscicultura é a principal atividade, produtores passaram a plantar orquídeas. Ou seja, existe uma diversidade de opções entre as flores de corte, plantas em vasos e jardinagem, além do investimento em estufas, importante para a produtividade. Só na região Sul do País, são 2,2 mil produtores numa área de 2,7 mil hectares, totalizando 12,3 mil toneladas de flores anualmente.

De acordo com o engenheiro agrônomo do Deral, Paulo Andrade, ainda há espaço para crescimento de consumo. "Há 15 anos, o consumo per capita era de R$ 10 por ano. Em alguns países esse índice chega a R$ 100 por ano", relata. Segundo a Ibraflor, o gasto médio por habitante atualmente é de R$ 26,6.

O professor Centro Universitário Uningá e da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Arney Eduardo do Amaral Ecker, possui doutorado na área de plantas ornamentais e por cinco anos acompanhou in loco a produção dos Estados Unidos. "Estamos com uma ascensão de qualidade das flores no Paraná, mas ainda muito longe do mercado americano. A tecnologia que eles utilizam por lá está no mesmo patamar do que utilizamos na soja e milho aqui".

Segundo o especialista, o campo de trabalho ainda está bem aberto, com muitas áreas para serem exploradas, tanto produtores como técnicos. "Acompanhamos esses dias que o mercado de floricultura teve um aumento de 6% na comercialização. É preciso preparar os produtores para entregar um material de qualidade aos clientes, competindo principalmente com os de São Paulo".

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