Trabalho técnico visa também o aumento na produtividade da uva da região, cuja média atual é de 15 toneladas/ha. "Média satisfatória ficaria entre 23 e 28 toneladas/ha", cita o consultor
Trabalho técnico visa também o aumento na produtividade da uva da região, cuja média atual é de 15 toneladas/ha. "Média satisfatória ficaria entre 23 e 28 toneladas/ha", cita o consultor



Os produtores de uva niágara de Rosário do Ivaí ainda têm muito a crescer em produção e em receita, mesmo sem aumento da área plantada. A opinião é de especialistas em viticultura, que enxergam a chance de melhorar o planejamento de poda e de nutrição de plantas, a obtenção de um certificado de origem e até mesmo a industrialização de parte da produção como opções.

O consultor em viticultura e engenheiro agrônomo Werner Genta diz que o nível tecnológico dos produtores da Associação dos Produtores de Hortifrutigranjeiros de Rosário do Ivaí (Apri) é bastante satisfatório, mas que, no campo, não se pode acomodar. "É preciso pegar os resultados até agora e melhorar, fazer um planejamento de atividades, de poda, para evitar o atraso na colheita que alguns agricultores tiveram", explica.

Um exemplo do quanto é possível melhorar, ele exemplifica que a produtividade média na região foi de 15 toneladas por hectare, mas que há exemplos locais e na literatura sobre a cultura que apontam até 35 toneladas por hectare. "Uma média satisfatória ficaria em torno de 80% do máximo, entre 23 e 28 toneladas por hectare", cita o consultor.

Com doenças em parte das parreiras, alguns produtores de uva de Rosário atrasaram a poda e não puderam fazer a colheita em dezembro, período de grande procura pela fruta. Cerca de 60% da safra será colhida depois do Natal, o que diminui a rentabilidade. "Também é possível fazer uma análise nutricional da planta e ajustar a estrutura de sustentação às características locais, para melhorar a produtividade e a qualidade da fruta", completa Genta.

O consultor do Sebrae Diego Shiinoki também aponta a certificação de origem ou de procedência, fornecida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) a pedido de associações, sindicatos e cooperativas de produtores, como um caminho. Trata-se de um instrumento para elevar a rentabilidade de pequenas propriedades, por meio do associativismo, e de dar rastreabilidade e garantia de qualidade a produtos, o que agrega valor e abre mercados. "Já falamos com eles sobre isso, mas não havia interesse na ocasião", diz, ao lembrar dos problemas de doenças.

Emater
A Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) convocou novos engenheiros agrônomos e um deles foi escalado para o escritório de Rosário do Ivaí desde setembro de 2016. A unidade, até então, não tinha atuação na cultura da uva, o que deve mudar nos próximos meses.

O engenheiro agrônomo André Luis Alves Miguel tem experiência em Flores da Cunha, cidade gaúcha forte no cultivo de uva. Ele afirma que pretende fazer um levantamento sobre a situação da produção local após o fim da safra, no fim do mês. Ele acredita que é possível industrializar parte da produção, como ocorre em outros locais. "Pode-se introduzir novas variedades, usar outros sistemas de produção", cita. "A niágara não dá a coloração ideal para sucos, mas dá um vinho branco que é muito vendido no Rio Grande do Sul", completa.