O ano de 2016 do agricultor Samuel Faustino Romero Sanches Filho, proprietário da Fazenda Rosângela, em Jataizinho, parece traduzir o sentimento do setor de agronegócio. Produtor de grãos em 193 hectares, ele teve uma boa safra de soja, conseguiu bons preços, mas teve prejuízo com o milho.

No balanço geral, Sanches afirma que o resultado ficou positivo, mas com um sentimento de que poderia ter sido melhor. "Apesar daquela chuvarada na hora da colheita, a safra de verão foi boa, mas a de inverno, com a geada e a seca, não deu nem para pagar meus custos", conta.

Parte da receita "no azul" da fazenda no ano passado se deve à boa negociação que conseguiu, com a venda futura de 40% da produção de soja em contratos entre R$ 80 e R$ 84 por saca de 60 kg. "O preço hoje está baixo, em R$ 64, então consegui um fôlego maior para a próxima safra", diz.

Outro problema enfrentado pelo produtor foram os insumos, que têm o valor variável conforme a cotação do dólar. "Gastei ao menos 15% a mais do que na safra anterior porque, quando comprei os produtos, o dólar estava em R$ 3,50", cita.

Para 2017, porém, o agricultor mantém o otimismo. "O desenvolvimento da minha soja está muito bom, porque fica ao norte de Londrina, mas ouvi falar que entre Maringá e Guaíra está mais fraco", conta Sanches. (F.G.)