A retirada de embalagens de defensivos da lavoura é uma prática que pode evitar contaminação no solo e na água por causa dos resíduos dos frascos. Samuel Roggia, pesquisador da Embrapa Soja, explica que na agricultura são utilizados diferentes tipos de produtos e o excesso de alguns elementos químicos na terra podem exterminar organismos biológicos naturais que ajudam na fertilidade do solo e também são responsáveis pela liberação de nutrientes para as plantas.
Dependendo da quantidade, Roggia alerta que os restos de produtos em embalagens vazias descartadas de forma inadequada podem contaminar todo o ecossistema. ''Existe um equilíbrio no solo composto por diversos micro-organismos que vivem em uma situação de estabilidade''. O pesquisador completa que quando há a mortalidade de um determinado organismo benéfico, todos os outros são prejudicados.
Além do descarte correto de embalagens de defensivos, Roggia alerta que também é importante o produtor saber a quantidade adequada de aplicação de um determinado produto. Essas ações, acrescenta o especialista, torna a agricultura mais sustentável. Nesse sentido, o apoio das cooperativa tem sido cada vez mais importante.
Ação em campo
Paulo Leal, produtor em Cambará, região Norte, está comprometido com a produção de alimentos de qualidade e respeita o meio ambiente. Em uma área de plantio de 120 hectares, Leal descobriu com a ajuda da cooperativa à qual pertence a importância da logística reversa para embalagens de defensivos agrícolas. O produtor também conta com o apoio do Sindicato Rural do Município, que realiza o programa de coleta itinerante na região.
Em datas preestabelecidas pela central de recebimento de Cornélio Procópio, um caminhão percorre a região coletando frascos de agrotóxicos nas propriedades. Atualmente, Leal não possui uma só embalagem em sua fazenda. ''Os produtos que utilizei nessa segunda safra já foi todo destinado para a reciclagem'', observa. Antes de destinar corretamente os materiais, o produtor utilizava os recipientes para armazenar óleo diesel e outros produtos. ''Não tínhamos para onde destinar. Hoje o sistema de logística reversa funciona'', comemora. (R.M.)