E continua a minha viagem pelo Brasil. Chego a Vitória, no Espírito Santo, com sua linda Catedral dedicada à Nossa Senhora da Vitória, em cuja escadaria tiro uma foto; depois, Guarapari e a Praia Areia Preta, com suas propriedades medicinais e radioativas.

Rio de Janeiro, a Cidade Maravilhosa e perigosa. É o lugar onde tem o carnaval mais famoso, as mais lindas praias, de Copacabana, Ipanema, Leblon, da Barra; do Cristo Redentor, do Maracanã, dos Arcos da Lapa, mas também é a cidade das grandes favelas, dos assaltos, dos milicianos, dos traficantes, dos arrastões...

Na década de 80, nós do Coral da UEL, sob a regência do Benvenuto, fomos cantar na Sala Cecília Meireles onde, por dois anos consecutivos, participamos do “ Encontro de Corais”. O maestro foi nosso guia porque morou na cidade durante muitos anos, militar do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro e ainda foi regente da banda da corporação. Com ele, fizemos belos passeios.

Ainda, esses dias estava vendo no álbum (época em que escolhia fotos após cada viagem, revelava e colocava em álbuns) fotos dessa viagem, na praia de Copacabana, em frente e nos caminhões do Corpo de Bombeiros, na famosa Confeitaria Colombo, etc.

São Paulo, Terra da Garoa, com mais de 12 milhões de habitantes e é o objetivo de muitas pessoas que querem trabalhar e vencer na vida. Também não é fácil morar em São Paulo, devido à cracolândia, assaltos e à violência. Cidade da Estação da Luz, da 25 de março, da Zé Paulino, do Brás, centro de compras; do MASP, Museu da Língua Portuguesa, do Mercado Municipal, da USP, onde o Coral da UEL se apresentou; do Parque Ibirapuera, Pinacoteca, Catedral da Sé, da Avenida Paulista, centro financeiro e palco de manifestações; do Pacaembu onde, quando crianças, o papai nos levou para assistir ao jogo do Corinthians. Imaginem a nossa emoção, caipiras de Sertaneja, pequenina cidade do Norte do Paraná, em São Paulo, no Estádio do Pacaembu...

Meu pai era comerciante e cerealista, vendia e comprava cereais, em São Paulo e em Santos. Gostava muito da Capital paulista e, certo dia, chegou perto da mamãe com uns papeis de venda de apartamentos, na planta. Disse a ela: “ Dorva, que tal comprarmos um apartamento neste prédio e irmos morar em São Paulo ? “ E nós só escutando. Ela virou pra ele e respondeu:

- Você está brincando, né, Zé ? São Paulo é uma cidade muito grande, as crianças são muito pequenas, como vou cuidar delas ? Você está sempre viajando...

Pronto, o papai nunca mais tocou no assunto.

Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, conheci só de passagem. Meu pai tinha umas terras perto da cidade de Coxim, próximo ao rio do mesmo nome. Sempre estava lá e gostava muito de pescar. Certa vez, estávamos com ele e, quando retornávamos para casa, resolveu parar no Rio Coxim e pescar. A Idivanda e eu ficamos ao seu lado, às margens do rio, admirando o lugar. Estava anoitecendo e fomos picadas por mosquitos, borrachudos; não aguentamos e fomos para o carro. Após um determinado tempo, chega o papai todo esbaforido, assustado e disse que enquanto pescava, um “cobrão” se levantou da água na sua frente e, antes que desse o bote, ele largou tudo que tinha nas mãos, vara, iscas e saiu correndo. Imaginamos a cena e rimos muito.

Chegaremos ao Paraná no próximo texto. Até lá.

Idiméia de Castro, leitora da FOLHA