Chegou a hora delas
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sábado, 09 de dezembro de 2017
Victor Lopes<br>Reportagem Local
Na contagem regressiva para as festas de fim de ano, os fruticultores paranaenses que se dedicam às frutas mais consumidas nesta época estão a todo vapor. Momento de colher e comercializar as frutas de caroço pêssego, nectarina e ameixa -, lichia, maçãs, manga, uva e outras variedades que são vedetes nas ceias de Natal e Ano Novo. É hora dos consumidores celebrarem e os produtores faturarem.
Uma verdade para este ano é que estas frutas de fim de ano estão com preços mais elevados. A reportagem da FOLHA apurou em diversas regiões do Estado que a produção como um todo fechará menor em comparativo ao ano passado. As ondas de calor atrapalharam o desenvolvimento das frutas, que precisam de um período de frio razoável para a brotação e o florescimento das árvores. As frutas de caroço e a lichia, sem dúvida, foram as que mais sofreram com as altas temperaturas.
Aliás, a sucessão de problemas climáticos é um dos principais motivos para a queda de produção das frutas de caroço no Paraná. Quem continua na atividade precisou se profissionalizar e também diversificar com outras culturas. Em 2016, foram apenas 1,75 mil hectares, sendo 1 mil dedicados ao pêssego, principalmente nas cidades de Lapa, Porto Amazonas (nectarina). Já Arapoti é responsável por 27% da produção de ameixa. "Em 2016 a produção de frutas de caroço no Estado fechou em 22,5 mil toneladas. Este é um momento que os produtores se planejam para ter rentabilidade e pegar o consumidor com o 13º salário em mãos", explica o engenheiro agrônomo do Deral (Departamento de Economia Rural), Paulo Andrade.
Quando se trata da lichia apesar da queda de produção deste ano ainda não estar contabilizada (além da temperatura, pesa também a bianualidade da cultura) o que se percebe é que a fruta se firmou em algumas cidades, como Carlópolis, Andirá, Assaí, Guapirama e São Sebastião da Amoreira. Hoje a área é de 229 hectares e a produção do ano passado ficou em 2,1 mil toneladas. "Em dez anos a área cresceu muito e a produção saiu de 375 toneladas para duas mil toneladas. O Norte Pioneiro corresponde a 80% da produção. O que percebemos é que um nicho de negócio bastante rentável."
No que diz respeito à maçã, quem planta a variedade eva que é mais precoce consegue faturar agora no fim de ano. Andrade explica, entretanto, que "muitos produtores trabalham com a fuji e gala e acabam comercializando os produtos a partir de janeiro, quando a colheita inicia". Hoje a área de maçã do Paraná está em 1,38 mil ha para uma produção de 36,3 mil toneladas. Em 2007, a produção chegou a 55,6 mil toneladas. "Sem dúvida, aqui as questões climáticas também influenciaram bastante, além das importações de outros países e até de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Vale dizer que muitos produtores deixam maçãs em câmaras frias para poder comercializá-las agora no fim de ano". A Região Metropolitana de Curitiba (RMT) continua liderança o cultivo de maçãs, com mais de 50%.