As emoções são bem-vindas. Apesar da ditadura da felicidade a todo custo - de comercial de margarina - dizer que não, restringindo os sentimentos a apenas um: alegria.

"Sentimentos como alegria, tristeza ou raiva precisam ser processados. Isso dá trabalho e o que a medicalização quer é nos tornar mais dóceis. Existe um outro ponto importante. As pessoas também podem estar adoecendo mais porque estão indiferentes às emoções", afirma a psicóloga Eliana Louvison.

Se você ainda não está vendo uma luz no final do túnel, como acendê-la?

A psicóloga esclarece que, no mundo atual, é quase impossível não ser levado pela onda de busca pela eterna felicidade. O que não passa de uma enganação, que pretende colocar todos nós embaixo deste mesmo teto.

"Não podemos ser ingênuos. É preciso fazer um movimento de resistência. Algumas pessoas vão conseguir assumir um jeito diferente de viver, mas se preparem para ser discriminadas", destaca Eliana.

A terapeuta acrescenta que nem todo mundo até os 30 anos terá se casado, terá uma prole, casa própria, carro na garagem e fará um cruzeiro pelas Ilhas Gregas todo ano.

"É preciso pensar em reduzir o consumo, voltar a escutar, porque estamos muito visuais. Falar mais ao telefone com os amigos, meditar não como uma coisa institucionalizada, mas ficar consigo, pensando no que faz aqui e agora. Prestar atenção em si, não viver de expectativas. Querer menos para trabalhar menos e ter tempo para você", orienta Eliana. (F.L.)