Banda Ernesto e Alencar toca músicas autorais e covers em Londrina
Banda Ernesto e Alencar toca músicas autorais e covers em Londrina | Foto: Saulo Ohara



Típico da região Nordeste do País, o forró é uma dança de passos arrastados, que também por isso ganha o nome de arrasta-pé e bate chinelo. Tem origens incertas. Estudiosos apontam semelhanças com o toré, dos índios, mas também tem um pouco dos ritmos holandeses e portugueses chamados binários, além do chula, sempre de origem europeia. Há também a associação do forró a outros ritmos como o xaxado, quadrilha, baião e o xote. O ritmo se popularizou com Luiz Gonzaga, mas as bandas de forró cresceram e se espalharam por todo o País.

Em Londrina, as bandas fazem sucesso mesmo fora da comunidade nordestina. Toni Viana, Fernando Cazado, Luciano Assumpção, Rodrigo Prado e Caetano Vasconcelos formam a Ernesto e Alencar, que toca músicas autorais e covers, como Alceu Valença, Gilberto Gil, Jorge Benjor, Secos e Molhados e Sá e Guarabira, inclusive adaptando ao ritmo canções não tradicionalmente do forró.

Parte deles já havia tocado junto na antiga Só Xoteiros, banda de sucesso no início dos anos 2000. Outros vieram do rock, como Cazado e Assumpção. "O forró contagia mais o povo, vira festa, o pessoal dança. É mais gostoso para quem participa", justifica Cazado. "O rock também tem energia, claro, mas é diferente, não se compara", diz Assumpção.



Embora a formação original das bandas de forró seja com sanfona, zabumba e triângulo, na Ernesto e Alencar outros instrumentos foram incorporados, como o violão e o baixo, influência do rock. "O pessoal roqueiro trouxe uma linguagem interessante, uma pegada diferente com o violão. Estamos sem um sanfoneiro no momento, mas é algo que buscamos", conta Viana, o único nordestino do grupo.

Nascido na Bahia e morando em Londrina há cerca de duas décadas, ele conta que a banda é também uma forma de se reconectar com a sua cultura de origem. "Lembro da minha infância, de ver Dominguinhos e Luiz Gonzaga tocando em cima de um caminhão. E as festas mais importantes no Nordeste são justamente as festas juninas, não é o Carnaval. Já tentei tocar outros ritmos mas não tem jeito", garante Viana.

Entre o público amante do forró estão não só os nordestinos como muitos estudantes universitários e alunos de escolas de dança que aproveitam para praticar o que aprendem nas aulas.