Fazendo a felicidade alheia

"Quando as pessoas querem fazer outras felizes elas levam um chocolate, que com certeza é bem aceito", diz a chocolateira Marta Alcover | Foto: Ricardo Chicarelli

Há quem diga que a felicidade é algo abstrato. Provavelmente quem diz isso não é muito fã de chocolate, afinal é quase impossível dissociar felicidade de um bom pedaço da guloseima. E se alguém duvida disso, basta se lembrar que o cacau é algo tão bom que era tido como sagrado pelos maias e astecas.

Rico em flavonoides e antioxidantes, o chocolate traz inúmeros benefícios para a saúde e é responsável por melhorar o humor de quem o consome, graças a serotonina.

Trabalhando com essa delícia há 30 anos, a chocolateira Marta Alcover acredita que o chocolate traga mesmo a felicidade e conta que teve a oportunidade de participar de vários momentos felizes. "Já tive um cliente que trouxe uma aliança para que eu colocasse em uma caixa de bombons. Outro trouxe uma joia para eu colocar dentro de um ovo de Páscoa. Quando as pessoas querem fazer outras felizes elas levam um chocolate, que com certeza é bem aceito", atesta.

Embora trabalhe com todos os tipos de chocolate, ela diz preferir usar o meio amargo com 70% cacau, que traz mais benefícios à saúde. "É recomendado o consumo de sete gramas deste tipo de chocolate por dia, para ter esses benefícios. O chocolate ao leite tem mais açúcar, além de leite, que tem lactose. O chocolate sempre cria momentos felizes, a menos que a pessoa esteja de regime", observa ela.

Alcover brinca ao dizer que vive da felicidade do outro, já que produz presentes que com certeza irão agradar a quem os recebe. "Na Páscoa fico pensando em quantas pessoas estão recebendo um ovo que eu preparei. A sensação de ver uma mesa de chocolates pronta também é muito boa. Com certeza fico feliz por isso e também porque é a minha fonte de renda."

O chocolate surgiu na vida dela em um momento difícil. Após a falência de um comércio que tinha, sem dinheiro para comprar ovos de chocolate para o filho, ela resolveu fazer a guloseima para presentear a família. Depois passou a presentear amigos, que começaram a fazer encomendas, e daí não parou mais. Uma das vantagens desse tipo de atividade, segundo ela, era poder cuidar dos filhos enquanto trabalhava. E claro que sua profissão fazia a felicidade das crianças da vizinhança.

"Um amigo do meu filho me contou tempos atrás que adorava ir na minha casa. Eu separava os chocolates com pequenos defeitos para eles, então era uma torcida para eu errar", diz rindo.