Usar papel de parede e optar por trocar elementos menores como luminárias e quadros são formas de manter a decoração da casa dinâmica sem grandes interferências
Usar papel de parede e optar por trocar elementos menores como luminárias e quadros são formas de manter a decoração da casa dinâmica sem grandes interferências | Foto: Shutterstock



Orgânica, nossa casa está sempre mudando. Pintura nova, móveis novos, decoração mais moderna, é difícil quem não queira mudar algo de tempos em tempos. Se nem sempre podemos trocar o mobiliário ou pintar a casa toda cada vez que essa vontade aparece, algumas dicas ajudam quando surge essa vontade.

Alessandro Cavalcanti, arquiteto, urbanista e docente da UniFil, explica que a assessoria de um profissional no momento de decorar a residência pela primeira vez é fundamental. "Ele irá manter uma essência básica, atendendo às necessidades da família a partir do perfil dos moradores, de seus sonhos. Ele monta uma proposta onde a característica básica é atemporal e posteriormente os moradores podem fazer a troca dos elementos menores", diz.

O arquiteto lembra que mudar a cara do local em que vivemos vai além de seguir a moda, justamente porque nossa residência é algo vivo. "Casa estática não dá. Até porque nós ganhamos presentes, viajamos e trazemos recordações, compramos peças novas, fazemos pequenas mudanças."

Para quem se preocupa em seguir as cores ou peças da moda ano a ano, Cavalcanti alerta que alguns modismos são fáceis de serem seguidos, mas é justamente aí que erramos, porque assim como na moda de uso pessoal, nem tudo cai bem para todo mundo.

"Imagina que um dia alguém chega e diz que a moda é pintar paredes de preto. Em um ambiente pequeno isso não vai ficar muito bom. Um profissional irá fazer essa leitura. Porém, elementos menores podem ser trocados, como a capa do sofá, luminárias, quadros e pequenos objetos. Outra opção é mudar a cor de apenas uma parede, ou usar um papel de parede que é mais fácil de tirar e colocar", afirma.

Para que a troca desses acessórios funcione bem, outra dica de Cavalcanti é escolher com cuidado as peças maiores, como sofás e mesas de jantar, optando por aquelas mais neutras e menos datadas. "Peças menores como poltronas ou a mesa de centro ou de canto podem ser mais ousadas. O modismo deve ser sutil", recomenda.

Não é o que parece
Ao entrarmos em um ambiente, muitas vezes podemos estimar a época em que foi decorado apenas levando em consideração os revestimentos usados, como azulejos coloridos ou floridos. Hoje, entretanto, com o uso de uma gama variada de opções, muitas delas em cores neutras, a impressão de que temos é que não há mais uma marca da época em que os ambientes foram concebidos. Porém, segundo o arquiteto, é justamente essa variedade de opções que marcará nosso tempo.

"Hoje as coisas não são tão regradas. Há linhas vintage, outras que reproduzem madeira, mármore, concreto etc. Talvez o que ficará marcado para a nossa época é o 'faça do seu jeito', ou ainda de que as coisas não eram o que pareciam ser, por causa dos revestimentos reproduzindo outros materiais. Não há como fazer algo totalmente atemporal. Como exemplo podemos citar as cozinhas integradas, que hoje são muito usadas e daqui a 20 anos podem não ser mais", explica.