As mulheres experimentam, cada vez mais, relações amorosas com homens mais jovens. E Carolina Ferraz espera que o romance entre Penélope, sua personagem em 'Haja Coração', e Henrique (Nando Rodrigues) continue a provocar reflexões e situações engraçadas na novela das 19h da Globo.

Na trama, em algum momento, Penélope descobrirá que o rapaz é o melhor amigo de seu filho, Beto (João Baldasserini), e a atriz já prevê muita confusão a partir daí.

Imagem ilustrativa da imagem Nas 'tramoias' da vida



Nesta entrevista, Carolina - que também está à frente do programa 'Receitas da Carolina' (GNT) - fala sobre a inusitada amizade de Penélope com as falidas Rebeca (Malu Mader) e Leonora (Ellen Roche) e de suas experiências amorosas com diferenças de idade. E ainda sobra tempo para comentar sobre como lida com a maternidade, depois de dar à luz sua segunda filha, Anna Izabel, aos 46 anos, em maio de 2015.

- 'Haja Coração' é uma releitura de 'Sassaricando', mas a trama da Penélope parece mais fiel à história original. Vai ser sempre assim?

Sim, já era assim no texto original, mas continua bem engraçado. As três amigas se ajudam nas tramoias da vida e são sempre muito parceiras.

- As três têm mais de 40 anos, mas levam a vida como adolescentes.

São três mulheres maduras à beira de um ataque de nervos! Mas elas têm consciência de que o tempo passou. A Rebeca quer muito arrumar um marido rico, a Leonora sonha com a fama e a Penélope deseja se casar por amor, viver uma grande paixão. É um humor leve e eu gosto bastante de fazer comédia. Acho que às vezes em que fiz foram as que mais me trouxeram diversão no trabalho.

-Penélope se apaixona por um amigo do filho, sem saber. Como você acha que o público está vendo isso?

Bom, eu me casei com um homem que era 23 anos mais velho que eu. Começamos quando eu tinha 18 e ele, 41 (Mario Cohen, publicitário, primeiro marido de Carolina). Então, sou a pior pessoa para falar sobre esse assunto. Acho que o fato de a mulher ser mais velha pode tocar muita gente, porque o mais comum ainda é vermos o contrário.

- Mas, de acordo com a sinopse, o Aparício (Alexandre Borges) se envolverá com a Rebeca, a Leonora e a Penélope. Isso vai afetar a relação das três e da Penélope com o Henrique?

É, está previsto. Acho que vai acontecer em algum momento, até porque ele vai querer fazer ciúme para a Rebeca. Mas acredito que esse seja o único objetivo dele. Até onde sei, não será nada além disso.

-Você tem muitas amigas com namorados mais jovens? Chegou a conversar com elas sobre isso?

Tenho, mas essa personagem veio muito definida. Não precisei buscar referências ou me inspirar em ninguém. De cara, li 16 capítulos e vi que a Penélope estava pronta, o que foi muito bom. Deu para sentir que o autor sabia exatamente o que queria dela. E meu marido (atual) é mais novo que eu. Só não é tanto (Marcelo Marins, marido de Carolina, tem 39 anos, oito a menos que ela).

- Você já viveu uma relação com um homem 23 anos mais velho. Sentiu dificuldades?

Nos 13 anos em que fui casada com ele, isso não foi um problema. Mas não sei como seria hoje em dia. A distância era muito grande, acho que talvez pudesse interferir com o passar do tempo, se ainda fôssemos casados.


- Curiosamente, você teve uma filha há cerca de um ano. Como foi essa mudança em sua vida?

Foi tudo bem. É diferente quando você dá à luz mais velha. Eu já sabia como era, o que dava e o que não dava para fazer. Não precisei parar com nada na minha vida. Minha filha mais velha tem 21 anos, já passei por tudo isso. Hoje tenho uma percepção bem diferente da que eu tinha há duas décadas. E a Valentina foi uma criança incrível, muito responsável e que nunca me deu trabalho. Ela é muito minha amiga, companheira, acho que tive muita sorte.

- Você foi mãe novamente aos 46 anos. Qual o balanço que faz dessa experiência?

Eu estou achando um barato. Parece que recebi uma injeção de juventude na veia. Parece que você reaviva todos os seus hormônios, dá um "up" geral. Mas acho que isso reflete muito também o meu estado de espírito. Sabe quando está tudo bem? Pois é, estou assim. Não é que seja fácil. Não é fácil criar uma vida, cuidar de um bebê, é claro que é difícil. Acho que eu estou mais simples, então tudo acaba ficando mais tranquilo.