Imagem ilustrativa da imagem Força da economia deve ser resgatada
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A economia londrinense, que foi uma das mais pujantes do País nas primeiras décadas de existência do município, perdeu força em anos mais recentes. Só para se ter uma ideia, de 2010 a 2013, último ano da série histórica divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) de Londrina foi o que teve menor crescimento nominal entre os de seis cidades de médio porte do interior do Paraná. Maringá (60,35%), Cascavel (57,27%), Ponta Grossa (52,99%), Foz do Iguaçu (51,87%), e Campo Mourão (47,73%) cresceram mais que Londrina (46,59%).
O PIB per capita londrinense (R$ 29.634) era o 68º de todo o Paraná em 2013. Foz tinha um PIB per capita de R$ 37.482; Maringá, de R$ 35.602; e Ponta Grossa, de R$ 31.052. Dos seis municípios, Londrina ganhava de Campo Mourão (R$ 27.605) e Cascavel (R$ 27.496).
Várias são as justificativas apontadas para esse baixo desempenho da economia local. Mas uma é consenso. "A falta de indústria é um dos motivos dessa desaceleração. A cidade tem crescido, mas não tem desenvolvido na mesma escala", afirma Ary Sudan, empresário do setor industrial e presidente do Fórum Desenvolve Londrina.
Ele diz que o Fórum avalia "com preocupação essa diferença dos indicadores de Londrina em relação às cidades paranaenses e também às do mesmo porte de outros Estados". E ressalta que a indústria demanda serviços mais especializados e, consequentemente, mais bem remunerados.
Para Sudan, a cidade precisa ir atrás de novos investimentos industriais. E a Prefeitura tem o papel de liderar esse processo. "Devemos ter condições de captar empreendimentos que tragam empregos, renda e tributos. Londrina precisa ser ágil, desburocratizada e tornar-se ser amiga do empresário. Tudo dentro da lei e da transparência", lista.
O Fórum defende ainda que seja realizado um planejamento estratégico. "Londrina precisa saber onde quer chegar e como deve chegar." Além de planejar seu futuro, a cidade deve rever uma "série de normas" que atrapalham na busca de novos empreendimentos. "Precismos criar um parque industrial para médias e grandes empresas, de preferência com pré-liberação da área pelos órgãos como IAP (Instituto Ambiental do Paraná), Sema (Secretaria do Meio Ambiente) e outros que participam da liberação de alvarás", alega.

ESCOLHA ERRADA
O presidente do Sindicato dos Economistas (Sindecom) de Londrina, Ronaldo Antunes, lembra que, no final dos anos 80, o Poder Público e a sociedade fizeram uma escolha: a cidade seria "universitária e de serviços", abrindo mão da industrialização. E que, até hoje, o Município não conseguiu mudar esse rumo.
Ele destaca que existem alguns limitadores para atrair grandes empresas para Londrina. Entre eles, a distância dos portos e a infraestrutura rodoviária "ruim e cara". "Mas somente isso não explica a falta de indústrias. Cidades como Maringá e outras vizinhas possuem os mesmos entraves e têm se saído muito melhor que Londrina", declara.
O projeto da Cidade Industrial, apesar de ser prioridade para o município e já contar com terreno adquirido pela Prefeitura, "engatinha" devido aos entraves burocráticos para sair do papel. Ele considera que Londrina sofre de falta de "força política".
A baixa industrialização, conforme salienta o economista, diminui a capacidade do Município de arrecadar tributos estaduais e federais como ICMS e IPI e, por isso, o Executivo avança na coleta dos tributos municipais, especialmente o IPTU, que é considerado ruim. "O IPTU retira renda dos munícipes para a Prefeitura arcar com as despesas. Já o ICMS traz riquezas de vendas geradas em outros municípios e estados, além do emprego."