Fernando de Noronha - É amor à primeira vista. Quando as primeiras paisagens despontam no horizonte, começa um frenesi incontrolável. Cliques, flashes e movimentos impacientes no pequeno espaço do avião. Todos querem o melhor ângulo para registrar a ilha lá embaixo, protegida por grandes rochas, falésias e águas transparentes em degradê de azul e verde.
Os passageiros ainda não sabem, mas são esses os primeiros sintomas da ''euforonha'', um fenômeno que toma conta de quem visita o Arquipélago de Fernando de Noronha, na sabedoria dos ilhéus. É o início de uma viagem repleta de aventuras - e muitos outros cliques.
Do desembarque, o turista segue para o centro de visitantes, onde assiste a uma palestra sobre geografia, história, fauna, flora e tudo o que se tem para ver e fazer na ilha. Burburinho, comichões. Estado avançado de ''euforonha''. Será preciso pelo menos cinco dias para explorar como se deve esse paraíso ecológico.
Isolado no Oceano Atlântico, o arquipélago de apenas 26 quilômetros quadrados, formado por 21 ilhas e ilhotas vulcânicas, é lar de tartarugas e golfinhos e dono das mais belas praias do Brasil. Não à toa, ganhou status de Patrimônio Natural da Humanidade da Unesco em 2001, e virou sonho de consumo turístico. E pensar que esse santuário já foi capitania hereditária, prisão e até sede de base militar norte-americana na Segunda Guerra.
Essa história está bem preservada, assim como tudo o que a natureza criou de mais bonito por ali: litoral recortado, falésias, recifes, rochedos. E um mundo incrivelmente colorido debaixo d'água. A localização afastada da costa ajudou - são 360 quilômetros desde Natal e 545 do Recife, as duas únicas cidades de onde partem voos para Noronha.
Equilíbrio é o condutor do desenvolvimento local há 20 anos, quando o turismo começou a ser explorado. Hoje, Noronha passa por um momento importante: depois de décadas nas mãos do Ibama, a área correspondente ao Parque Nacional agora é administrada por uma empresa, a Econoronha, que investiu na renovação do aeroporto e na acessibilidade das praias. O dinheiro vem de uma nova taxa que os turistas pagam para visitar as atrações.
Quando ir? Praias lindas estão lá sempre, mas antes de planejar saiba que de setembro a fevereiro faz um calor seco e de março a agosto chove bastante. Em qualquer caso, leve tênis para as trilhas e se prepare para guiar um buggy, o veículo oficial.
Tudo em Noronha é espalhado. A única via de asfalto é a BR Transnoronha - de resto, só terra e pedra. Os passeios de 4x4 (Ilhatur) e de barco são boas pedidas para os primeiros dias. Depois é só decidir aonde voltar.
As praias estão divididas em dois grupos: as do Mar de Dentro, voltadas para o continente, são mais tranquilas e têm águas transparentes, ideais para mergulho - em alguns pontos, a visibilidade chega a inacreditáveis 50 metros; as do Mar de Fora sofrem mais influência dos ventos e, portanto, suas águas são mais agitadas e de coloração azul-escuro.
Entre caminhadas, mergulhos e noites de forró, você vai descobrir todas as causas da ''euforonha''. E voltar feliz por ter visto cenários de tirar o fôlego, vivido momentos de perder palavras.
- Viagem a convite da Econoronha e Associação dos Pousadeiros de Noronha



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