Pais de crianças pequenas podem relutar em apresentar dois idiomas ao mesmo tempo por receio do filho confundir e não conseguir aprender nenhum corretamente. Porém, o medo é infundado. Com quase duas décadas trabalhando com o ensino bilíngue, Márcia Kobayashi, diretora da Escola St. James, explica que pesquisas comprovam que não há interferência linguística em aprender dois idiomas ao mesmo tempo.

"Ao contrário, estimula o desenvolvimento linguístico. Quanto mais cedo, mais flexível está o processo fonoaudiológico. O cérebro está num processo de 'esponja' e assimila as informações de forma muito rápida. Aqui as crianças aprendem de forma lúdica, com músicas, brincadeiras, jogos e atividades manuais, sempre em inglês", detalha.

A alfabetização formal ocorre primeiro em português, no primeiro ano, e a alfabetização formal em inglês apenas no segundo ano, quando a criança estará mais madura. "Estudos científicos mostram que é melhor o ensino da língua materna primeiro porque a criança têm mais contato com ela, no nosso caso, o português. Esse aprendizado é mais rápido, pois tudo que ela vê e ouve é em português. No caso de uma família que more em outro país, a lógica seria aprender primeiro a língua desse país, porque lá o contato maior será com esse outro idioma", exemplifica.

Márcia afirma que é natural que na primeira infância – até por volta dos 6, 7 anos, a criança misture os dois idiomas ao falar, mas isso apenas indica que ela está pensando também em inglês, que é o desejado. "Depois ela aprenderá a discernir uma (língua) da outra. Uma criança que não fale inglês em casa com os pais saberá que o momento de falar esse idioma será apenas na escola, com os colegas e a professora." (E.G)