Aos 57 anos, Ivane Ribeiro Lagos se sente linda e jovem. A aposentada passou por um lifting facial (cirurgia plástica de face) há cerca de três meses, e, segundo ela, o resultado está sendo re­compensador. "Há poucos dias encontrei uma colega e ela me disse que eu estava superbem, só não sabia o que eu tinha feito", orgulha-se.
Ivane conta que sempre se cuidou. Caminhadas e idas à academia fazem parte de sua rotina. Porém, resolveu recorrer ao procedimento cirúrgico por perceber que precisava de uma ajudinha a mais. "Eu me consi­dero uma pessoa de bem com a vida e comigo mesma. O lifting foi uma opção para acabar com aquele ar de cansaço. Em ne­nhum momento quis aparentar uma idade inferior à minha", diz.
De acordo com o cirurgião plástico Walter Zamarian Jr., membro da Sociedade Brasileira e Americana de Cirurgia Plástica, é exatamente esse o objetivo dessa técnica bastante procurada por mulheres com idade superior a 55 anos. Ele afirma que face e pálpebras são as áreas que mais provocam desconforto estético em mu­lheres nessa faixa etária. Segundo Zamarian, com o avanço da idade, a pele vai perdendo sua elasticidade e firmeza. Além disso, os fatores externos como sol e tabagismo podem influenciar drasticamente no visual. Rugas, sulcos, flacidez, pés-de-galinha e excesso de pele na face e pescoço dão um aspecto envelhecido, passando uma imagem de cansaço a todos. "A ritidoplastia, conhecida também por lifting de face ou facelift, permite recuperar a beleza facial perdida com o passar dos anos, sempre conservando a estrutura facial e mantendo as expressões naturais", diz.
E assim como aumentou o leque de cirurgias, a procura também está crescendo nessa faixa etária. "Percebi uma grande procura de uns dois a três anos para cá. Hoje, 20% das minhas pacientes têm idade acima de 60 anos. Já coloquei prótese de silicone em uma paciente de 86 anos".
O cirurgião afirma ser contra os excessos que muitas pessoas cometem na ânsia de parecerem mais jovens. "Pelo menos no meu consultório é raro aparecer alguma paciente com esse perfil. A maioria das queixas tem fundamento. Até mesmo no caso do lifting digo às pacientes que é para ser feito apenas duas vezes na vida: a primeira por volta dos 50 anos e a segunda uns 15 anos depois, para complementar a primeira", diz.
Para o futuro, Ivane afirma que se precisar, recorrerá mais uma vez ao bisturi. Porém, não na face. "Quero curtir o resultado e cuidar bastante para que não precisar mais fazer nada", diz.
O cirurgião-plástico acrescenta que não é somente para casos de envelhe­cimento que o lifting é indicado. O procedimento cirúrgico oferece também a correção de flacidez importante decorrente de grande perda de peso. "Ao perder muito peso, o paciente passa a ter excesso de pele por todo corpo, inclusive na face, resultando em aspecto envelhecido e cansado em pessoas mais jovens.