A morte do ator Domingos Montagner foi a maior tragédia ocorrida em uma novela brasileira, no caso "Velho Chico", que terminou na última sexta-feira. A avaliação é do jornalista Edenilson de Almeida, Mestre em Ciências da Comunicação pela USP. "Existem apenas três casos de morte de um protagonista na história da teledramaturgia nacional. O primeiro caso aconteceu em 1972, quanto o ator Sérgio Cardoso morreu de um ataque cardíaco faltando alguns capítulos para terminar a novela 'O Primeiro Amor' e foi substituído por Leonardo Villar. Dez anos depois, Jardel Filho teve um infarto e a novela Sol de Verão teve que ser encurtada. O terceiro caso é o de Domingos Montagner e pode ser considerado o mais grave de todos. Foi a primeira vez que um ator morreu nos sets de filmagem.
Pelo que relataram, ele gravou cenas pela manhã no rio São Francisco, no mesmo local onde acabou morrendo ao dar um mergulho após o almoço", detalha.

Almeida salienta que a tragédia que aconteceu no dia 15 de setembro abreviou a trajetória profissional do ator que vivia o auge de sua carreira. "O Domingos atuou em cinco novelas, todas exibidas pela Rede Globo. Estreou em 2011, quando viveu o Coronel Herculano Araújo em 'Cordel Encantado'. Na sequência, fez uma participação pequena em 'Salve Jorge' (2012), e trabalhou em Joia Rara (2013). No ano passado viveu seu primeiro protagonista na novela 'Sete Vidas', exibida às 18 horas. Como protagonista de 'Velho Chico', teve um desempenho brilhante dentro de um elenco excelente no qual também se destacaram a veterana atriz Selma Egrei e a novata Lucy Alves', argumenta.
O jornalista acredita que Domingos Montagner seria o sucessor natural de José Mayer. "Além de ser um ator magistral, como já havia demonstrado na série 'O Brado Retumbante' (2012), ele era bonito, másculo e viril e a Rede Globo precisa de galãs na faixa etária do Domingos, que morreu aos 54 anos", conclui. (M.R.)