A oferta de atividades na formação de um indivíduo é essencial para o seu desenvolvimento intelectual e sociocultural. Judô, karatê, taekwondo, circo, dança, basquetebol, futsal, atletismo, musicalização, canto e coral compõem a grade do contraturno escolar da rede municipal de ensino de Londrina graças à união de esforços.

O projeto-piloto iniciado em 2022 alcançou 20 unidades escolares. Hoje, são 79 e o objetivo é estar presente em todas as escolas urbanas e rurais. "Algumas (escolas) passam por reformas, outras precisam de planejamento em relação à logística e estamos em busca de atingir 100% das escolas", afirma o gestor de projetos esportivos e culturais da Secretaria Municipal de Educação, o gestor Alexandre Segantin.

A adesão confirma o interesse. "Uma experiência fantástica, a procura nos surpreendeu e a maioria não teria acesso a essas atividades esportivas e culturais", explica Segantin. Alunos, pais e professores satisfeitos e os alunos motivados. "Estamos criando uma ferramenta de acompanhamento para aferir com mais precisão a mudança de comportamento nos estudantes desde que as aulas começaram. A inclusão é festejada pelas escolas, famílias e estudantes e educadores. "Todas as esferas reconhecem a importância desse investimento nos alunos e as perspectivas criadas em cada indivíduo."

Para diretora da Escola Municipal Hermínia Oliveira Gonçalves, Maria Izabel Morais Batista Barboza, a experiência tem sido bastante positiva para os 60 alunos matriculados no projeto de futsal. "A proposta foi recebida com entusiasmo pela direção, professores e coordenação", relata.

Alunos de futsal da  Escola Municipal 
Hermínia Oliveira Gonçalves: fila de espera para atender interessados
Alunos de futsal da Escola Municipal Hermínia Oliveira Gonçalves: fila de espera para atender interessados | Foto: Divulgacao

Barboza observa que há fila de espera, tão grande é o interesse dos estudantes por práticas esportivas. "As meninas também estão jogando e notamos que a atividade tem gerado um novo ânimo em todos e é uma oportunidade também para despertar para outros esportes ou projetos", pensa a diretora da unidade localizada no jardim Sabará, região oeste de Londrina.

Na rede de ensino, música desperta sentidos

A diretora da Escola Municipal Suely Idehira, Ellen Fatel, sente uma grande realização pelo fato de a unidade escolar ser parte do projeto da prefeitura e reconhece que já existe uma mudança no cotidiano escolar. "Aqui nossas crianças foram contempladas com aulas de violino e violão", comemora.

Alunos aprendem a tocar violino na Escola Municipal Suely Idehira
Alunos aprendem a tocar violino na Escola Municipal Suely Idehira | Foto: Divulgacao

Os estudantes com idades entre oito e dez anos sabem que estão na fase inicial de aprendizagem. "Mesmo o 'Pizzicato' já os encanta", comenta a diretora. A palavra italiana que significa "beliscado", é uma técnica de execução de instrumentos de corda em que as cordas são pinçadas com os dedos e não friccionadas com o arco.

Aos poucos, os ouvidos ficam apurados - dado o interesse pelos instrumentos, a sonoridade e também a beleza de cada equipamento. "As nossas atividades começaram em 2023 e fomos prestigiar a apresentação dos alunos da Escola Municipal Arthur Thomas, que participaram do projeto-piloto de musicalização em 2022. Esse momento do concerto foi determinante e deixou os alunos bastante animados ", relembra Fatel.

Os professores de música, por sua vez, a cada dia ganham mais importância na rotina dos alunos da escola Suely Idehira, que recebe um projeto como esse pela primeira vez. "Nossa escola é simples, pequena e quase não acreditamos quando fomos contemplados. Adaptamos a biblioteca e, com esforço, a Secretária Municipal de Educação traz essa atividade que torna a escola um lugar ainda mais especial para a comunidade escolar."

A musicalização é a proposta do projeto “Orquestrando o Futuro - Oficinas de Musicalização” com coordenação geral da pianista, professora e produtora cultural Irina Ratcheva. "É incrível ver a resposta das crianças, perceber que está funcionando", alegra-se. "O acesso à arte tem um significado muito importante e quando isso é feito em uma escola, de modo coletivo, por meio de cantigas e se utilizando do folclore é uma maneira de chegar às crianças", pensa Ratcheva.

Sem obstáculos para o atletismo

Na Escola Municipal Professor Carlos Zewe Coimbra, as segundas e quartas-feiras tornaram-se os dias mais aguardados pelos alunos que participam da modalidade de atletismo ofertada pela prefeitura. Diretora da unidade, Adriana Fátima Gonçalves expressa, por meio da grande demanda, o sentimento de gratidão e entusiasmo dos estudantes.

Lançamento do projeto Atletismo kids na  Escola Municipal Professor Carlos Zewe Coimbra
Lançamento do projeto Atletismo kids na Escola Municipal Professor Carlos Zewe Coimbra | Foto: Divulgacao

A escola já tem 50 anos de atividades, fica no jardim Marabá, região leste de Londrina e esse era um grande anseio das famílias dos estudantes. "Já tivemos propostas de incluir o esporte, mas eram diferentes desse projeto da prefeitura, pois tinham taxas. Dada nossa realidade, por menor que seja o valor cobrado para os pais e responsáveis é algo fora de cogitação", expõe Gonçalves.

Contentes também pelo fato de a atividade física ter benefícios para a saúde física e mental, o novo esporte chega para trazer uma sensação de aconchego a todos. O gasto de energia orientado tem gerado reflexos também nas demais disciplinas. "Além do trabalho corporal e de conscientização respeitando as fases de desenvolvimento do atletismo, o professor é criativo, dedicado e também faz considerações para que os alunos permaneçam motivados. Um trabalho sério e que deve ter continuidade", valoriza a diretora.

O coordenador e professor do projeto Atletismo kids, Pedro Bandalise, explica que as atividades são realizadas nas escolas municipais juntamente com o IPEC - Instituto Paranaense de Esportes e Cultura. "As aulas estão sendo de grande valor para as escolas. Os alunos têm se mostrado muito interessados e praticam as tarefas propostas com todo empenho, o que tem sido observado e reconhecido de perto pelos coordenadores e diretores que sempre têm acompanhado de perto", expõe.

De acordo com Brandalise, nessa primeira etapa, as crianças estão fazendo corridas de velocidade, marcha atlética, lançamentos e saltos horizontais e verticais, sendo o preferido dos alunos as corridas de estafetas. "Até o momento, o grande marco das aulas foi a elaboração de barreiras de atletismo para serem utilizadas em aula, a partir de uma arrecadação de garrafas pets feita pelos próprios alunos - mais de de 200 garrafas plásticas que seriam descartadas, foram recicladas e estão sendo utilizadas como material de aula", alegra-se.

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