Equipe da série compara intrigas políticas do casal Underwood com situação do Brasil e diz no Twitter que está difícil competir
Equipe da série compara intrigas políticas do casal Underwood com situação do Brasil e diz no Twitter que está difícil competir | Foto: Reprodução



Parece até que "House of Cards", série da Netflix (www.netflix.com.br) que chega à quinta temporada na terça-feira (30), é inspirada em fatos reais. Mas as reviravoltas políticas têm se mostrado, na realidade, muito mais complexas do que o roteiro da atração - especialmente no Brasil.
A equipe da série já usou a internet algumas vezes para brincar com esses fatos. Na semana passada, no dia em que uma delação deixou o presidente Michel Temer em situação delicada, surgiu no Twitter da série a seguinte mensagem, escrita em português: "Tá difícil competir". Mas o casal Frank (Kevin Spacey) e Claire Underwood (Robin Wright) certamente vai tentar. Nos novos episódios, eles partem para mais uma disputa rumo à presidência dos Estados Unidos - ele em busca da reeleição, e ela pela primeira vez como vice.
Desde a sua primeira temporada, em 2013, "House of Cards" mostra que os bastidores da política são semelhantes em todo o mundo. A história se passa nos corredores da Casa Branca, em Washington (EUA), com episódios frequentes de corrupção e manobras políticas motivadas pela conquista do poder a qualquer custo.
Na retaguarda, os Underwoods contam com estrategistas. Um dele é o assessor Doug Stamper, vivido pelo ator Michael Kelly. O personagem também se envolveu com crimes e manteve relações escusas para que o seu chefe garantisse a estabilidade do poder. "Sempre comentam comigo sobre a lealdade de Doug a Frank, mas eu acredito que ele é leal ao trabalho. Doug está 100% nessa missão. Ele respira e come trabalho. Tem um outro lado, ainda, que é o fato de os dois estarem juntos há muitos e muitos anos, além do que a própria história da série mostra. Essa ligação é mais forte e pessoal do que se imagina", lembra Kelly.
O ator, que prefere se espelhar em políticos da vida real que o inspiram a fazer coisas boas, como o ex-presidente americano Barack Obama, vê o seu personagem como um ótimo estrategista. "Doug ama poder. Para ele, ter poder é sempre ganhar, é se manter no topo. Ele não tem essa pretensão de concorrer às eleições, porque isso não faz parte da personalidade dele. Acho que Doug é um cara muito competente por trás das câmeras."
O noticiário já não dá conta do número de denúncias envolvendo políticos reais, e os bastidores retratados em "House of Cards", que pareciam exagerados no início, já beiram a realidade para o público brasileiro. Segundo Kelly, os personagens da série não têm limites. "Eu não vejo Doug, Frank e Claire como psicopatas. Eles são apenas indivíduos que vão se aproveitar de qualquer chance para chegar aonde querem. Para mim, Doug é uma criatura fascinante pelo jeito como ele lida com os fatos", diz Kelly.
Depois do casal protagonista, Doug é um dos personagens mais cativantes da série e mantém segredos pessoais. "Em todas as temporadas, acabo mostrando um pouco do outro lado de Doug. Ele é um cara que não tem amigos, e isso já diz muito sobre ele."