"Nossa fome de poesia atual é descomunal, talvez tenha sido assim em toda a história da humanidade". A fala de Ponti Pontedura esmiúça o enredo do livro "Palavras azuis acordam a madrugada", que relaciona a poesia ao corpo. O livro será lançado nessa sexta-feira (19), às 18h30, no Sesc Cadeião, em Londrina.

Formado em jornalismo pela UEL (Universidade Estadual de Londrina), Ponti Pontedura nasceu em Bela Vista do Paraná e cresceu em Londrina. Fez carreira em telejornalismo, como diretor de filme publicitário e vídeo corporativo. Em 2013, editou “A palavra sabe”, seu primeiro livro. "Palavras azuis acordam a madrugada" foi escrito entre 2015 e 2022.

Em uma obra sinestésica, o título de Pontedura verbaliza metáforas entre a poesia, a língua portuguesa e o corpo humano. De acordo com ele, a poesia é uma forma vital para o homem. "Se fosse possível, deveria nutrir-me de toda poesia em uma leitura infinita", afirma.

A literatura do autor abraça a criatividade: seus pensamentos são visuais, sua escrita é como pinceladas em uma tela em branco, no ritmo de uma dança.

Segundo Pontedura, "o corpo surge como personagem que permeia os poemas, aparecendo de formas diversas, às vezes como poeta, depois como fantasma, às vezes como indigente, outras vezes como pessoas figuradas nos pronomes eu tu ele nós vós eles, ou pode ser também tudo o que nos rodeia ou rodeia a figura do poeta".

Leia a seguir um poema do autor.

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Escreve tuas palavras de horror.

Mas não grites.

Não levantes tua voz acima do poema.

Escreve em caligrafia fria teu pavor pálido.

Para onde vamos quando enlaçamos as mãos?

Sentei-me ao pé da árvore e me colei ao solo.

A gravidade me consola e lança a maçã no meu colo.

Gravitando em torno da palavra, o poema nos acolhe em sua órbita mordaz.

*Supervisão: Célia Musilli/ Editora.

SERVIÇO

Lançamento do livro "Palavras azuis acordam a madrugada" e bate-papo com o autor

Data: sexta-feira (19)

Local: Sesc Londrina Cadeião - Biblioteca (Rua Sergipe, 52 - Londrina/PR)

Horário: das 18h30 às 20h30