Unir vozes de diferentes timbres e tons fazendo com que todas elas pareçam uma única voz é um desafio assumido pela musicista Lucy Schimiti desde que se tornou regente titular do Coro da Universidade Estadual de Londrina (UEL), em 1990. "O coro é formado por diversos nipes, grupos de vozes divididas entre graves e agudas, femininas e masculinas", explica.
Atualmente Lucy é regente licenciada do Coro Juvenil da instituição. "Temos o coro adulto, o infantil, o juvenil e da terceira idade, cada um com uma média de 50 integrantes que se apresentam em eventos dentro e fora da UEL, como solenidades oficiais e festival de coros realizados em outros Estados do País", detalha.
Segundo ela, o processo de seleção dos coristas divide o grupo conforme a faixa etária e o grau de desenvolvimento musical dos coralistas. "Quando a pessoa já está em um estágio satisfatório, ela vai direto para o coro. Já os que apresentam algum tipo de dificuldade de percepção musical, ritmo ou afinação ficam em grupos preparatórios fazendo aulas até estarem aptos a cantar em grupo", esclarece.
Lucy salienta que qualquer pessoa pode se desenvolver musicalmente e destaca os benefícios de aprender a cantar em coro. "Muita gente vê o coral como uma coisa menor dentro do universo musical. No entanto aprender a harmonizar a própria voz com outras cantando em tons diferentes é um processo difícil e que exige muita percepção musical", argumenta.
O processo de socialização gerado pelo coral também é ressaltado por ela. "No Coro da UEL temos pessoas de diferentes profissões e classes sociais, de auxiliares de limpeza a médicos, todos unidos pelo mesmo objetivo. A música tem o poder de transformar as pessoas e fazer a vida mais feliz. Cantar é sempre um grande prazer", enfatiza.
Lucy acredita que o sucesso recente de grupos como o da banda Cluster Sisters deve abrir espaço para que o trabalho em coro seja mais valorizado. "As integrantes da Cluster Sisters se conheceram no Coro da UEL e estão fazendo um trabalho muito bacana que tem despertado a atenção das pessoas e pode mudar esse quadro", avalia. (M.R.)