Equipe da Folha
Curitiba - Eles abriram espaço para muita gente. Eram meninos ainda, mas já sabiam tocar música de qualidade. Mais do que isso, diante da ineficácia do cenário cultura da época, descobriram novos lugares para mostrar seu trabalho e de quebra arrebataram um público cativo. E lá se vão quase 25 anos. Esse é o tempo de existência do Beijo AA Força, que por força das circustâncias, deciciu encerrar a formação. Para marcar o adeus de uma das bandas mais antigas do Paraná, o grupo faz show na próxima quinta-feira, com lançamento de um CD e DVD ao vivo.
O disco foi gravado nos estúdios da Grande Garagem que Grava, projeto tocado por Luiz Ferreira e Rodrigo Barros (que também fundaram o grupo), em Curitiba. As gravações tiveram iluminação concebida pelo diretor de teatro Felipe Hirsh, com execução do premiado iluminador Beto Bruel (Prêmio Shell por duas vezes).
O CD reúne as músicas de carreira do grupo e mostra uma compilação da trajetória da banda. No repertório estão letras de poetas paranaenses que também fizeram história, como Marcos Prado. O projeto gráfico leva a assinatura de Alessandro Ruppel.
A banda gravou a primeira fita K7 em 1987 (''O que quer o Brasil que me persegue''), depois veio um LP (''Música ligeira nos países baixos''), o CD ''Sem Suíngue'' (1996) e o ''Companhia de Energia Elétrica Beijo AA Força'', que celebrou as duas décadas da banda.
''Nós montamos o grupo para estrear no primeiro Festival Punk de Curitiba e depois decidimos continuar. Produzíamos nossos próprios shows e abrimos vários espaços para tocar que antes não existiam em Curitiba'', lembra o guitarrista Luiz Ferreira.
Nesses quase 25 anos de estrada, a banda fez cerca de 500 shows em todo o Brasil. ''Não tivemos uma projeção internacional, mas tocamos em várias cidades do País'', conta Ferreira. O que impediu essa projeção? O ''quase'' brinca o guitarrista. O que, infelizmente não é uma característica apenas do Beijo AA Força. ''Acho que em todo o lugar tem bandas que 'quase' chegam lá'', ressalta. Mas para a banda curitibana o ''lá era aqui'', como define o músicos. ''Nós éramos punks e era isso mesmo que a gente queria: só tocar. E isso conseguimos''.
Participaram do trabalho de encerramento do grupo, que já teve até nove músicos em sua formação, além de Ferreira e Rodrigo Barros (vocal), Renato Queje (baixo) e Mola Jones (bateria). Beijo AA Força acaba sem mágoas ou brigas entre os integrantes. Encerra para que cada um possa dar continuidade aos projetos pessoais, como A Grande Garagem que Grava e a banda Maxixe Machine, que reúne alguns dos integrantes do Beijo.

SERVIÇO:
Show de encerramento da Banda Beijo AA Força na próxima quinta-feira, no Vox (Rua Barão do Rio Branco, 418). Abertura da casa às 21 horas. Show previsto para a 1 hora. Ingressos a R$ 10,00. Informações (41) 3233 8908.