Ver de perto e tocar um galo originário do Japão foi uma das experiências em campo
Ver de perto e tocar um galo originário do Japão foi uma das experiências em campo | Foto: Fotos: Ricardo Chicarelli



Alunos da Escola Municipal Carlos Zewe Coimbra (região Leste) puderam ver de perto vários conceitos que aprenderam em sala de aula no passeio pedagógico no Jabuti Lazer e Conhecimento, promovido pelo programa Folha Cidadania. Durante uma tarde, foram desafiados a ampliar o conhecimento experimentando, a todo momento, atividades pedagógicas de forma interdisciplinar, sempre com muita ludicidade. O local, fundado há 10 anos, tem a proposta de oferecer uma aula viva na natureza a alunos da educação infantil até o nono ano, incluindo educação especial. O conteúdo e linguagem são oferecidos de forma diferentes para cada idade com a supervisão e acompanhamento de monitores treinados como pedagogos, biólogos, veterinários, geógrafos, de educação física e recreação.

Sendo assim, a proposta pedagógica do Jabuti obedece aos mesmos critérios utilizados pelas escolas e estas definem o tema do passeio que os alunos irão desenvolver durante a visita. Os temas são divididos em "A descoberta do tesouro fóssil"; "O segredo do Curumim"; "Amigos da sustentabilidade"; "Rainha doce e sua colmeia"; "Fábrica de Aves"; "Tecendo o fio de lã"; "Um dia no campo"; "Navio Pirata", em breve, "Planetário" e, "Mergulho no planeta Terra", que os alunos da escola participaram. Neste passeio, conheceram o Laboratório de Aquicultura e os animais da fazenda, receberam informações e participaram ativamente no processo, seja observando, comparando o alimento próprio de cada um, vendo seu habitat, alimentando e até mesmo tocando nos animais.

Uma parte do passeio foi dedicada ao conhecimento dos mamíferos, como porcos, bois e cavalos
Uma parte do passeio foi dedicada ao conhecimento dos mamíferos, como porcos, bois e cavalos



A primeira parada foi em frente a uma das 22 represas do local, onde o monitor Guilherme Brust fala sobre o ciclo da água percorrido das nascentes até os grandes rios. "O aumento de temperatura da água faz que sejam formadas micropartículas sobre a represa e que, em forma de vapor, vão começar a subir na atmosfera até chegar no ponto em que a temperatura vai ser mais baixa. Aí que ocorre o processo de condensação e o vapor de água vai passar para o estado líquido. Quando houver um acúmulo, cai em forma de chuva", detalha para emendar sobre a importância dessa água ter para onde escoar. "Na cidade, se tudo estiver concretado e não houver bueiros, a água não consegue infiltrar-se no solo para voltar aos reservatórios naturais de água, chamados aquíferos. Um dos maiores do mundo, inclusive, é o Guarani, que está presente em vários estados, dentre eles, o Paraná".

Depois da explicação, os alunos seguiram para o laboratório de Aquicultura, local em que as fêmeas recebem indução hormonal para aumentar e acelerar o processo de desova. "Um peixe, em condições normais, deposita cerca de 400 ovos. Com a indução, o número chega a 4 mil. O processo ocorre em 24 horas e as larvas nascem depois de 12 horas. Atualmente, existem cerca de 2 milhões de lambaris distribuídos nessas represas", conta o monitor e coordenador Renê Lopes, complementando que os peixes são fornecidos como iscas para produtores de peixe da região. No laboratório, as crianças ainda puderam ver as várias fases de reprodução do peixe nos tanques, identificar as diferenças entre macho e fêmea pela nadadeira, além de praticar uma pesca ecológica. "Depois do nascimento, os peixes ficam nesse 'berçário' por 20 dias antes de serem transferidos para a represa", completa.

Com apoio de monitores, as crianças puderam conhecer melhor os animais, uma experiência que oferece várias sensações
Com apoio de monitores, as crianças puderam conhecer melhor os animais, uma experiência que oferece várias sensações



Parada na fazenda
Além dos peixes, há animais de outras classes na fazenda como répteis, aves, mamíferos e anfíbios. Nesta parada, outra oportunidade em ver de perto os animais, saber sobre suas características e tocá-los. Entre eles estão os leitões, porcos na fase inicial de vida. O monitor Lopes explica que os porcos, ao contrário do que se pregou durante muito tempo, são animais que não gostam de sujeira e defecam bem longe do local onde comem. "Uma curiosidade é que a pele do porco se aproxima muito da humana, até mesmo na sensibilidade. Como forma de proteção, rolam na lama para formar uma camada que diminui a temperatura corporal". Na fase adulta, um porco da raça 'large white' pode chegar a 350 kg. Nesta ala, ainda passaram por outros mamíferos como bezerros, vacas, bois e cavalos.

Na etapa das aves, mais descobertas sobre as características de animais como peru, galo originário do Japão, galinha da Polônia e galinha da Angola. Receosos ou curiosos, os alunos colocavam a mão nos bichos para sentirem as texturas das penas, patas e bicos. "A galinha da Angola não choca os ovos, coloca-os em buracos e cobre com folhas para que fiquem aquecidos". O contato com os animais encerra-se com um sapo, do tipo cururu, que chamou muita atenção. "Este sapo é da nossa região, foi trazido da América Central para ser um controlador biológico de pragas nas plantações de cana-de-açúcar. É um anfíbio que só entra na água para reproduzir, então, é encontrado embaixo de madeiras e pedras", mostra o monitor, reiterando a importância de cada um dos animais na manutenção do equilíbrio ecológico.