São Paulo - Nas próximas semanas, os jovens Bruna Barra Teixeira, 19 anos, João Victor Ramos, 17 anos, e Beatriz Silva de Andrade, 18 anos, terão uma experiência única ao cuidar dos idosos de um condomínio da Sociedade Beneficente Alemã (SBA), em São Paulo, no quadro "Entre Gerações", que estreou no "Fantástico" (Globo) no domingo.

Sem nenhum jeito ou interesse pelos cuidados com a terceira idade, eles tiveram de mudar suas rotinas em um trabalho voluntário. "No começo, eu senti vergonha, pois não sabia lidar com os idosos. Mas logo descobri que podia fazê-los rir e fui ganhando a confiança deles", conta Ramos, que faz vídeos cômicos e posta na web.

O rapaz, que mora em Interlagos (zona sul), assume que, às vezes, perde a paciência com a própria avó. "Ela esquece algumas coisas, às vezes repete muito outras, e eu acabo ficando sem saber o que fazer. O programa tem me ajudado a ter mais paciência, cuidado e respeito", reconhece.

Já Bruna, que não convive com a avó, conta que ficou impressionada com a disposição dos idosos do SBA. "Muitos me deixaram emocionada, como quando tocaram piano e tinham mais ânimo para os exercícios do que eu", diz. "Hoje, eu sei que é difícil chegar à idade deles e ter que depender dos outros para tudo", complementa a jovem, que mora no Capão Redondo (zona sul).

Com o quadro "Entre Gerações", Beatriz afirma que vem refletindo sobre como tem tratado os próprios avós. "Estar naquele lar foi um misto de emoções. Vi o quanto aqueles idosos eram dependentes e imaginei que os meus avós poderiam também precisar do meu carinho", comenta ela, que mora no Jabaquara (zona sul).
Além dos cuidados com os idosos no lar, sob a orientação dos médicos e cuidadores do local, João, Beatriz e Bruna encararam outro desafio: cada um teve um idoso como companheiro para passar um fim de semana em um hotel fazenda no interior de São Paulo. "Fiquei sem palavras quando eu vi um deles fazendo tirolesa [atividade esportiva em que a pessoa se desloca suspensa por meio de um cabo aéreo]. Eu até joguei bingo com eles, que era uma coisa que eu não gostava de fazer", conta Beatriz.

"Nos divertimos muito e, apesar das limitações, descobrimos que o que eles precisam é de ajuda, de alguém por perto para compartilhar as emoções", complementa Bruna, que planeja se oferecer para outros trabalhos voluntários em hospitais.