Representantes da Assembleia Nacional de Estudantes – Livre (Anel) entregaram no Palácio do Planalto na semana passada uma carta à presidenta Dilma Rousseff exigindo o veto ao projeto do Estatuto da Juventude, que prevê outras medidas em relação aos estudantes de todo o país.
Os líderes estudantis pediram ainda que os estudantes fizessem durante a semana manifestos em frente a salas de cinema e teatro das principais capitais do país para forçar o veto ao projeto. Esta semana, a Assembleia Nacional de Estudantes – Livre (Anel)convocou jovens de várias capitais a saírem às ruas pedindo que a presidente Dilma vete o projeto.
Em tramitação no Congresso Nacional há quase dez anos, o Estatuto da Juventude também determina que somente os estudantes matriculados no ensino regular, especial, profissional, e de jovens e adultos poderão ter acesso à carteirinha que dará direito à meia-entrada. Nesse caso, alunos de cursos de idioma e informática continuam sem direito ao benefício. Por outro lado, o projeto estende o direito à meia-entrada a jovens de com até 29 anos de idade cuja renda familiar não ultrapasse dois salários mínimos.
Em Londrina, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Estadual de Londrina deve convocar uma assembleia nas próximas semanas para se posicionar sobre o estatuto. "Representantes do DCE participaram de diversas conferências em Brasília durante a fase de elaboração do projeto. No entanto, a diretoria está dividida em relação a diversos pontos do estatuto, principalmente no que diz respeito à meia-entrada. Por isso, vamos abrir um debate com diversos centros acadêmicos para a partir das discussões ver que posição tomaremos", afirma Letícia Cardoso, gestora financeira da entidade que representa 18 mil estudantes universitários de Londrina.
Acostumada a frequentar festivais, shows e peças de teatro com a carteirinha de estudante desde a época do colegial, a estudante Eloíza Boligian Franz afirma que terá que reduzir sua participação em eventos culturais se houver limites na concessão de desconto na compra dos ingressos. "Sempre participo das atividades culturais porque tenho desconto. Como ainda não trabalho, não teria condições de pagar o ingresso inteiro nos shows e peças que acontecem em Londrina e até fora daqui", argumenta a estudante do curso de graduação em Artes Visuais. (M.R.)