De forma lúdica, as crianças aprendem sobre os benefícios e riscos da energia elétrica, sendo alertadas para evitar acidentes
De forma lúdica, as crianças aprendem sobre os benefícios e riscos da energia elétrica, sendo alertadas para evitar acidentes



"Você já imaginou não poder assistir ao desenho na televisão? E jogar o videogame no tablet? Ou ter uma água quentinha do chuveiro para tomar banho?". Com essas perguntas aparentemente singelas, um dos voluntários da Copel inicia a palestra do "Programa Iluminando Gerações". O programa educativo é realizado desde a década de 70 em parceria com as escolas municipais e estaduais de todo o Paraná e, no último ano, teve 68 mil alunos participantes. São eletricistas, leituristas e profissionais administrativos da empresa que vão às salas de aula levar orientações importantes sobre o uso seguro e eficiente de energia elétrica. O programa foi intensificado na semana passada com a realização da "Semana de Segurança com a Energia Elétrica" em vários locais.

De forma lúdica e didática pela exibição de quadrinhos, os personagens Onório (on) e Offélio (off) vão passando por situações do cotidiano de qualquer criança, começando pela existência da energia elétrica para o uso de computadores, chuveiro, televisão, geladeira e seus benefícios. Mais do que isso, porém, as crianças aprendem sobre o caminho que a energia percorre, desde as usinas geradoras até chegar aos consumidores finais, de que maneira ocorre um curto-circuito e quais materiais são condutores de eletricidade. Dessa forma fica mais fácil entender, por exemplo, os perigos de soltar pipa próxima à rede elétrica, mudar a temperatura do chuveiro com o equipamento ligado ou, ainda, trocar a lâmpada com o disjuntor ligado.

O programa educativo da Copel ensina despertando a curiosidade das crianças através de jogos e brincadeiras
O programa educativo da Copel ensina despertando a curiosidade das crianças através de jogos e brincadeiras | Foto: Fotos: Anderson Coelho



Segundo a supervisora de segurança da Copel, Daniele Ciotta, o material em questão – palestra e cartilha – foi organizado por uma comissão da empresa que o elaborou especificamente para o público infantil. "Todos os voluntários também receberam treinamento para repassarem as informações técnicas de maneira simples. Os alunos, por sua vez, são multiplicadores da informação e levam as cartilhas para suas casas e retransmitem aos pais, familiares e vizinhos as práticas de segurança e cuidados com a natureza. Com isso, conseguimos evitar fatalidades, em especial, as que ocorrem na comunidade", explica. Ao final da palestra, alunos participam de uma atividade lúdica com jogos e brincadeiras. No site da Copel existe uma seção dedicada ao tema (www.copel.com/educacao).

A palestra ainda traz orientações de uso de equipamentos eletrônicos, instalação de antenas, objetos na rede elétrica, símbolo de alta voltagem (caveira) nas subestações e cerca eletrificada. "O curto acontece quando dois fios com energia e que estão desencampados se encostam ou quando a energia elétrica escapa de algum material. Tanto um quanto outro pode causar incêndio. Por isso é importante trocar a fiação da casa a cada 10 anos para não ter perigo de pegar fogo e nem sobrecarregar as tomadas. Ao ver um fio elétrico caído, jamais toque ou se aproxime. O mesmo acontece se alguém estiver recebendo uma descarga elétrica, desligue o disjuntor, jamais toque na vítima ou nos fios", explica o voluntário.

A supervisora ressalta que o programa educativo, há muitos anos, mostra-se de grande importância, despertando a consciência pela curiosidade. "As crianças precisam estar atentas aos riscos que envolvem a energia elétrica, já que em boa parte dos casos são elas as vítimas dos acidentes que acontecem por falta de conhecimento." Os acidentes domésticos, apesar de corriqueiros, não são contabilizados pela empresa. "Apenas os que ocorrem na rede elétrica." Em Londrina, o último acidente ocorrido desse tipo foi no final de 2011, na zona norte, quando um garoto de oito anos soltava pipa com linha de cobre embaixo de uma linha de transmissão de 138 mil volts. Ele faleceu alguns dias depois, em decorrência do choque elétrico. "O número de acidentes sempre aumenta durante as férias."

Para Daiane Godoy, professora do quarto ano da Escola Municipal Carlos Kraemer, uma das escolas que recebeu a palestra, o programa traz bastante resultado no espaço escolar e familiar. "De forma lúdica e fora do modelo tradicional de ensino, a visita instiga o debate com as crianças, pois exemplifica situações vivenciadas no cotidiano delas e, também, os cuidados com o meio ambiente e o consumo consciente. Em breve, vamos estudar sobre a bacia hidrográfica do Paraná e, assim, reforçar o assunto – tanto benefícios quanto perigos – já que a energia é produzida pela água."