São Paulo - Ao ver as primeiras cenas de ''Dredd'', é impossível não se lembrar de ''Robocop''. Como o policial do longa de 1987, o Juiz Dredd deste filme é um vigilante a serviço da lei, com autonomia para perseguir, julgar e executar suspeitos sumariamente, em um futuro sombrio e decadente.
A semelhança é natural, pois os dois personagens bebem da mesma fonte: a HQ inglesa ''Judge Dredd''. O que surpreende é como dois filmes de mesma matriz sejam tão distintos. Enquanto Robocop era um ciborgue atormentado pelo passado humano e que se voltava contra a ordem totalitária, o Juiz Dredd é um carniceiro sem alma a serviço desse mesmo poder.
No novo filme, Dredd se vê preso numa enorme favela vertical ao investigar um triplo homicídio. Para sair de lá vivo, terá de passar a régua nos traficantes do pedaço.
Dito e feito: segue-se um amontado sem sentido de sequências de tiroteio. O único vislumbre de sanidade na fita está na parceira de Dredd, a médium Anderson, para quem matar não resolve problemas. Mas é muito pouco.
Impróprio para humanos, ''Dredd'' só tende a agradar aos bárbaros que acham que o papel da polícia é atirar primeiro e perguntar depois.