Desde segunda-feira (2), 50% dos alunos dos 4º e 5º do Ensino Fundamental voltaram às aulas presenciais na rede municipal, enquanto a outra metade deles permaneceu no ensino remoto, mas haverá revezamento
Desde segunda-feira (2), 50% dos alunos dos 4º e 5º do Ensino Fundamental voltaram às aulas presenciais na rede municipal, enquanto a outra metade deles permaneceu no ensino remoto, mas haverá revezamento | Foto: iStock

O desejo do novo e o medo do desconhecido são sentimentos antagônicos e comuns em diferentes etapas e circunstâncias da vida. Um novo curso, a mudança da casa, de cidade ou país, a aposta em um relacionamento e o ingresso em um trabalho tão almejado são exemplos. A pandemia isolou as pessoas e uma das medidas de segurança foi o fechamento das escolas. Nesse período, as aulas seguiram de modo online, com opções de material impresso para quem não tivesse ferramentas necessárias e a volta às aulas gerou uma mistura de sentimentos em alunos, pais e educadores. O que é natural, afinal de contas a pandemia está ativa e manter cuidados é regra essencial até nas cartilhas escolares.

Desde segunda-feira (2), 50% dos alunos dos 4º e 5º do Ensino Fundamental voltaram às aulas presenciais na rede municipal, enquanto a outra metade deles permaneceu no ensino remoto. Nesta semana há um rodízio e ficam remotamente quem foi presencial e assim sucessivamente. Para o retorno presencial, a Secretaria de Educação elaborou um Plano de Biossegurança que deve ser seguido pelas unidades educacionais, de acordo com as especificidades de cada escola.

Maria Tereza Paschoal de Moraes, secretária municipal de Educação: "Mais de 90% aderiram ao presencial e o rendimento foi muito bom, as crianças estão seguindo os protocolos"
Maria Tereza Paschoal de Moraes, secretária municipal de Educação: "Mais de 90% aderiram ao presencial e o rendimento foi muito bom, as crianças estão seguindo os protocolos" | Foto: Emerson Dias/ N.Com

De acordo com a Secretária Municipal de Educação, Maria Tereza Paschoal de Moraes, na primeira semana foi possível fazer um balanço. "Mais de 90% aderiram ao presencial e o rendimento foi muito bom de forma geral, pois as crianças estão seguindo os protocolos de distanciamento, uso de máscaras e inclusive compreenderam a adaptação no momento de servir a merenda", relata.

Moraes considera ainda que é possível fazer uma avaliação positiva do trabalho dos professores e todo corpo escolar, bem como dos alunos - e por isso o resultado é positivo. "É um processo bonito de se ver e isso nos motiva, nos dá ânimo, sem contar o quanto os pais tem colaborado em todo esse processo desde o início da pandemia." Segundo Moraes, houve faltas. "Mas foram pontuais e se concentraram no período da manhã, naquelas em que o frio foi muito intenso", informa.

Confiança de mãe para filha

Novo normal nas escolas: distanciamento e outros protocolos de segurança estão sendo seguios pelos alunos que demonstram maturidade para entender a situação
Novo normal nas escolas: distanciamento e outros protocolos de segurança estão sendo seguios pelos alunos que demonstram maturidade para entender a situação | Foto: Divulgação/ Mariella Silva

Mariella Silva, jornalista especializada em mídias digitais, é mãe da Clara Silva Golono, aluna do 5º ano do Ensino Fundamental I da Escola Neman Sahyun .A retomada das aulas não foi tratada pela família como algo banal - pelo contrário. "Depois de mais de 500 dias de aulas remotas e muito esforço e perrengues para pais, crianças e professores agora é oficial - começou o plano de retomada das aulas presenciais nas escolas municipais de Londrina", dividiu a mãe em seu Instagram. "Clara estava frequentando a escola três vezes por semana, mas eram consideradas aulas de 'reforço', com número bem reduzido de crianças na sala. Agora, com a autorização de retomada pela prefeitura, ela vai ter aula todos os dias", comentou.

De acordo com Silva, pela regra geral o ensino presencial vai ser facultativo, escalonado e intercalado: como se sabe, metade dos alunos (cujos pais autorizaram) vai presencialmente durante 1 semana e outra metade tem aula online, na semana seguinte inverte. "Mas, pelo que entendi, na turma da Clara não será preciso esse revezamento (imagino que poucos pais tenham optado pelas aulas presenciais) e a partir de agora acredito que ela vai pra escola todo dia."

De seu ponto de vista, esse período de 'teste' nas últimas semanas serviu para tranquilizá-la para mandá-la pra escola. "Converso sempre com ela e percebo que já tem mais consciência dos cuidados que tem que ter por lá - além do que a escola e professores têm estado bem atentos aos protocolos também", sustenta. "Tem feito muito bem pra ela, não só em termos de aprendizado mas de saúde mental também voltar a frequentar a escola. E, claro, pra mãe também, que não anda sofrendo mais pra cria fazer as atividades e tarefas que antes eram como uma sessão de tortura", desabafa. Silva pensa que aos poucos, o tal novo normal vai ganhando forma. "E a gente vai se adaptando a ele, né?", pensa.

Mãe e professora, Márcia apoia a filha

Professora Márcia Regina da Silva Santos: "Há crianças que estão,  sim, apresentando algumas dificuldades que precisam ser trabalhadas. Mas devagar tudo vai se encaixando"
Professora Márcia Regina da Silva Santos: "Há crianças que estão, sim, apresentando algumas dificuldades que precisam ser trabalhadas. Mas devagar tudo vai se encaixando" | Foto: Divulgação

A professora Márcia Regina da Silva Santos atua na rede particular e dá aulas de reforço e atendimento pedagógico. Sua filha Manuella de 8 anos está no terceiro ano do Fundamental I na rede municipal de ensino. Ela segue matriculada na escola Nair Auzi Cordeiro, zona norte, e Santos decidiu que seria o ideal Manuella retornar ao estudo presencial. "Acredito que tomando os cuidados e restrições necessárias podemos retomar com nossas atividades, a vida precisa seguir". Santos ainda avalia que as crianças foram privadas (por necessidade) de muita coisa e que agora seguindo os protocolos e sendo bem instruídas podem voltar à aula presencial. "Em casa sempre acompanhamos o ensino on-line e sempre incentivei e ajudei a Manuella nos estudos, nas leituras e nas tarefas enviadas pela escola, participamos de todas as aulas pelo meet, mas sei também que essa não é a realidade da maioria." Acerca do desenvolvimentos dos alunos nesse período de isolamento, ressalta que há crianças que estão, sim, apresentando algumas dificuldades que precisam ser trabalhadas. "Mas devagar tudo vai se encaixando", aposta.

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