Pichação é vandalismo, arte ou legítima manifestação de rebeldia? As opiniões sobre essa prática, bastante difundida em Londrina, são as mais diversas – especialmente entre a intelectualidade acadêmica.
Fora do ambiente universitário, porém, a maioria da população tende a repudiar o fenômeno. A Lei de Crimes Ambientais prevê pena de até um ano de reclusão para quem "pichar, grafitar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento urbano".
O documentário "Pixo", que vai ao ar na segunda-feira, às 22h, pelo Canal Brasil, mostra a realidade dos pichadores acompanhando algumas de suas ações pela noite de São Paulo. A intenção é apresentar um outro olhar sobre as intervenções, livre de prévias demonizações. Lançado em 2009, o filme tem direção de João Weiner e Roberto T. Oliveira.
Muitas imagens fazem parte do acervo de Djan Ivson Silva, mais conhecido como "Cripta", pichador com mais de uma década de atuação nos muros, paredes, monumentos, tapumes e fachadas de edifícios paulistanos. Com 1 hora de duração, o documentário tem participação de Jorge du Peixe (vocalista da banda Nação Zumbi), Racionais MCs, Tejo Damasceno e Instituto.
A trilha sonora traz uma música do rapper Sabotage. Já disponibilizado na internet, o filme foi exibido na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e causou alvoroço em Paris, capital francesa, ao ser exibido na Fundação Cartier. Na ocasião, ninguém questionou a legitimidade da pichação como manifestação artística.
Lá, os rabiscos - muitas vezes indecifráveis – foram tratados como arte de rua, como o graffiti. Não provocaram repulsa, mas elogios dos anfitriões. O debate passou por outras reflexões, como a valorização da tipografia e a suposta invenção de um alfabeto específico de linguagem urbana. Os mais entusiastas chamam pichação de "terrorismo poético".

Serviço:
Documentário "Pixo" - Segunda-feira, às 22h, no Canal Brasil. Reprises no dia 22 às 15h e no dia 26 às 13h