Emma Watson em ‘A Bela e a Fera": censura era a uma cena gay do filme
Emma Watson em ‘A Bela e a Fera": censura era a uma cena gay do filme



Kuala Lumpur - O atual mega-sucesso "A Bela e a Fera", que estava no banco dos réus na Malásia por incomodar os mais conservadores com uma "cena gay", será exibido na maioria dos países muçulmanos. "O filme será lançado na Malásia em 30 de março, com classificação indicativa de 13 anos e sem cortes", afirmou a Disney. A cadeia de cinemas Golden Screen também tuitou confirmando que o filme será exibido sem cortes na Malásia. A autoridade de censura malaia ainda não emitiu comentários.

O filme, estrelado por Emma Watson, a Hermione de "Harry Potter", causou polêmica entre vários grupos religiosos no mundo todo que ficaram incomodados com o personagem Le Fou, o companheiro inseparável do vilão Gastón, por sua caracterização dúbia, transformando-o no primeiro personagem abertamente gay do universo Disney.

As autoridades malais haviam exigido cortes no filme, mas a Disney se negou a fazer isso, optando por adiar a estreia e apelar da decisão.

"A maneira que ele dança é... gay e o diálogo e a letra da música também. Na mesma cena, ele também levanta a camisa e mostra uma marca de 'chupão' na barriga", reclamou Abdul Halim Abdul Hamid, chefe do Comitê de Censura de Filmes em entrevista na semana passada.

Mas alguns membros do Parlamento questionaram na segunda-feira a necessidade de censurar o filme, argumentando que isso resultaria em uma má publicidade para a Malásia.A homossexualidade é ilegal no país e pode resultar em prisão e punição física. Grupos religiosos e autoridades islâmicas criticam o filme e pediram que seja proibido por promover "valores negativos"

A censura aconteceu uma semana depois da Rússia declarar o filme impróprio para menores de 16 anos, a pedido do deputado ultraconservador Vitali Milonov pelo mesmo "momento gay". O deputado classificou o filme como "descarada propaganda do pecado e das relações sexuais pervertidas", em carta enviada ao ministro da Cultura, Vladimir Medinski. O deputado é um dos principais defensores da lei russa contra "propaganda gay", assinada pelo presidente Vladimir Putin em 2013.

Ignorando as controvérsias, as bilheterias registraram recordes no final de semana de lançamento do film, que arrecadou 175,7 milhões de dólares na América do Norte e 357 milhões em todo o mundo, de acordo com a imprensa especializada.