Tapetão Futebol Clube

Bagunça até na elite: resultados dos jogos de ida das quartas de final do Estadual foram cancelados e partidas remarcadas após rebaixamento do Jotinha | Foto: Marcos Zanutto/02-04-2017

Virou uma rotina nada positiva no futebol paranaense. As competições são definidas ou modificadas por decisões que vem de fora de campo. Depois da Primeira Divisão e da Divisão de Acesso, agora é a vez da Terceira Divisão, que teve o seu início, agendado para este fim de semana, adiado em razão de processos nos tribunais.

Os problemas extracampo que atrapalham e mancham a imagem do futebol do Estado vão desde a escalação irregular de jogadores, a perda de prazos para inscrições, regulamentos mal feitos e que permitem mais de uma interpretação até a demora por parte dos tribunais especializados e a própria falta de ação e organização da FPF (Federação Paranaense de Futebol).

Levantamento da FOLHA mostra que todas as competições profissionais realizadas pela entidade em 2017 tiveram interferência dos tribunais nos seus resultados finais. O caso mais grave foi no Paranaense da Primeira Divisão com anulação de jogo, descumprimento do regulamento e que no fim teve como consequência o encerramento das atividades do J. Malucelli.

O imbróglio jurídico começou quando o Jotinha foi denunciado pela escalação do atacante Getterson, que teria atuado antes do seu nome aparecer no BID (Boletim Informativo Diário) da CBF. O clube foi punido em primeira instância pelo TJD-PR (Tribunal de Justiça Desportiva) com a perda de 16 pontos, mas conseguiu reverter a punição no Pleno do Tribunal. O caso foi para o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) que confirmou a pena. O resultado levou o J.Malucelli ao rebaixamento e determinou que o Rio Branco herdasse a sua vaga na segunda fase.

As quartas de final já havia começado e por isso a primeira partida entre Londrina e J. Malucelli – vitória dos curitibanos por 3 a 1 – foi anulada. O LEC venceu os dois jogos e se classificaria para a semifinal. O questionamento maior é que o Rio Branco deveria ser incluído como o oitavo colocado, conforme determinava o regulamento e o que mudaria todos os confrontos das quartas de final já iniciada, e não simplesmente assumir a posição do Jotinha.

Na Divisão de Acesso, a competição ficou paralisada por mais de um mês na disputa do Grupo A da segunda fase em razão de uma denúncia do Grêmio Maringá contra a Portuguesa Londrinense, que teria utilizado um jogador irregular. No fim, a Lusa foi absolvida em todas as instância e o Grêmio rebaixado.

O grande prejudicado foi o Operário. O time de Ponta Grossa vinha embalado no campeonato e sem nenhuma derrota. Com a paralisação, viu se acumularem os jogos do Estadual e do Brasileiro da Série D. A equipe não conseguiu manter o nível de atuações e viu o União de Francisco Beltrão ser o melhor time do grupo, se classificar para a final e garantir vaga na elite em 2018.

Com o Paranaense da Terceira Divisão não foi diferente. A FPF adiou o início da competição, em razão de dois processos do União Nova Fátima e do Colorado, que ainda tentam disputar o campeonato. O Colorado foi impedido de disputar o torneio como punição pelo abandono da mesma competição em 2016. O clube aguarda o julgamento do recurso no STJD. Já o Nova Fátima não participou do arbitral do campeonato já que estava em atraso com o pagamento de algumas taxas administrativas na Federação. O clube reivindica uma vaga na Terceirona e impetrou recurso no TJD-PR. A FPF vai aguardas os julgamentos para iniciar a competição.

Até o Paranaense sub-19 não passou ileso dos questionamentos jurídicos. A FPF ainda não homologou o início da terceira fase, em razão de processos pendentes. O Atlético-PR já foi punido com a perda de seis pontos, o que alterou a sua posição e a composição dos dois grupos desta nova fase. Como os próximos julgamentos também podem interferir, a competição não tem prazo para recomeçar. O Londrina está classificado e, por enquanto, está na chave com Paraná, Paranavaí e Atlético.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da FPF, mas não recebeu nenhum retorno sobre o posicionamento da entidade máxima do futebol estadual até o fechamento desta edição.