A despedida do Londrina no estadual ficou longe daquilo que os torcedores esperavam depois da primeira partida no Café. Mas já ficou para trás. É hora de olhar para a temporada que ainda é longa no ano. E é a principal meta.

Flamengo e Palmeiras dominam o cenário do futebol brasileiro nos últimos anos, em títulos, investimentos e arrecadação. E são dois bons exemplos de como planejamento e estratégias equilibradas sempre vão apresentar resultados satisfatórios.

Pegando um recorte de 2018 para cá, o Palmeiras venceu três Brasileiros, duas Libertadores e uma Copa do Brasil; o Flamengo dois Brasileiros (e dois vices) e também duas Libertadores e uma Copa do Brasil. É o resultado de anos anteriores de estruturação.

Pedrinho, ex-jogador do Vasco e hoje presidente do clube, ainda quando companheiro como comentarista, destacou que “todos querem ser o Flamengo de 2019 sem querer ter sido o Flamengo de 2013 a 2018”. O rubro-negro naquele período passou um jejum de títulos, que levou o torcedor a entoar nas arquibancadas “não queremos pagar dívidas, queremos ser campeões”. O período de mudanças, que teve a presidência de Eduardo Bandeira de Melo, colocou realmente o Flamengo como um gigante e vai passar muitos anos em liderança dentro e fora de campo.

O Palmeiras, rebaixado à Série B em 2012, também passou por períodos de reestruturação que deixaram o torcedor preocupado com as péssimas campanhas nacionais em 2014 e 2015.

Mudança na gestão e, principalmente, um grande parceiro financeiro ajudaram o time a sair de um ostracismo em títulos e um crescimento em faturamento que saltou de R$ 181 milhões em 2013 para R$ 947 milhões no ano passado.

O ano que tem o Londrina não pode ser encarado como o que vai resgatar tudo que foi perdido nos últimos anos. Mas, sim, o primeiro de um futuro promissor se for com planejamento equilibrado e contínuo. O torcedor é o principal “sócio” neste projeto, pois precisa apoiar e acreditar, mas saber que 2024 é apenas o começo de um processo.

Julio Oliveira é jornalista e locutor esportivo da TV Globo - A opinião do colunista não representa, necessariamente, a da Folha de Londrina