Um dos principais problemas que Baby teve que superar foi a contusão que sofreu em um músculo da região peitoral, que o obrigou a fazer uma cirurgia. "Essa trajetória foi bastante árdua depois da lesão que tive em 2015. As primeiras lutas depois dessa recuperação foram bastante duras. Eu perdia na primeira luta. Todo esse processo de recuperação foi bastante complicado e ainda bem que e a minha equipe trabalhou muito para que o trabalho fosse realizado", relembra. Por causa disso, houve o risco de Baby ficar de fora da equipe olímpica de judô. "Primeiro tinha o fator ranqueamento e depois a confiança, de ganhar dos principais atletas da categoria", expõe. Nesse processo, o atleta adotou o levantamento de peso como parte do treinamento e isso melhorou bastante a sua preparação física. "É um trabalho que tem me ajudado a ganhar força. Precisava dessa característica para lutar contra o francês (Teddy Riner, que ganhou a medalha de ouro) , e isso me ajudou contra os outros adversários", aponta.
Ao comentar sobre a história do judô nos Jogos Olímpicos, ele mencionou que essa trajetória foi pavimentada desde Chiaki Ishii, que foi um dos primeiros a trilhar por esse caminho. "O judô tem a felicidade de conquistar medalhas consecutivas desde 1984, e graças a esse pessoal que criou essa estrutura do esporte", analisou.
Sua esposa, a modelo Bruna Luísa Gonçales, relata que a sensação da conquista é de alívio. "Por trás de toda essa coisa bonita, teve que ter muito suor, muito treino e muito sangue. O Rafael sofreu uma lesão antes dos Jogos e era o primeiro do ranking mundial. Com a lesão, ele caiu no ranking e abriu espaço para os adversários crescerem. A gente fez um plano de recuperação e deu tudo certo, graças a Deus", declara. Ela revela que a medalha trouxe o alívio e a tranquilidade de que deu tudo certo. "Ele foi bi medalhista e isso é raro. Se for pensar em quem no judô é bi medalhista no Brasil, são apenas cinco pessoas. Eu me sinto orgulhosa da trajetória dele. Ele não fica deslumbrado. Ele tem muita humildade. Ele é muito pé no chão", analisa.
Com o fim do ciclo da Olimpíada do Rio, Rafael Silva inicia agora os treinamentos para se classificar para os Jogos Olímpicos de Tóquio. "Preciso usar bastante essa experiência. Vou ver o que acertei e o que errei para ter longevidade no esporte. Quero chegar para tentar medalhar. Vou estar com 33 anos, por isso preciso pensar ano a ano. Tóquio é o berço do judô e é o lugar que eu mais gosto de competir, pois eles entendem o judô e torcem bastante. Então é treinar para chegar lá", apontou. (V.O)