Rio de Janeiro - Nos Mundiais passados, o Brasil buscava resolver as partidas basicamente no ataque, com gols. Por vezes, isto não ocorria e foi o que levou às derrotas para a Espanha em 2000 e 2004. No campeonato deste ano, antes de anotar lá na frente, o técnico Paulo César de Oliveira, o PC, ressalta para a seleção brasileira a necessidade de manter a sua própria meta imbatível. Os jogadores ouviram o recado e o Brasil tem a melhor defesa da competição, com apenas um gol sofrido.
Muitos dos méritos deste fato são atribuídos à ótima fase do goleiro Tiago. O camisa 2 da seleção tomou o seu único gol na competição apenas na primeira partida contra o Japão. Desde então, está há 186 minutos sem saber o que é ter as suas redes balançadas - pouco mais de quatro partidas e meia, já que contra Cuba quem garantiu no gol foi Franklin.
Uma marca impressionante, que supera o recorde (168 minutos) do espanhol Luis Amado, no Mundial de 2004, em uma modalidade onde é difícil manter o zero no placar. "Para um goleiro, isto tem que ser comemorado, sim", diz Tiago.
E bota comemoração. Cada defesa do goleiro é saudada como um gol pelos companheiros. "Sempre disseram que tínhamos uma defesa fraca", lembra Schumacher. "A vibração é porque este tem sido o nosso ponto forte neste Mundial".
A lógica de PC que o grupo está entendendo é que, se o time não tomar gol, fica mais perto da taça. "O título fica bem mais próximo, com certeza", compreende Tiago. "Mas não sou o único responsável. Claro que eu sou o último responsável, mas não o único. É um empenho total defensivo e a gente quer manter isto".
A meta do jogador é clara: o título. "De nada vai adiantar não tomar gol até a final do campeonato se, na final, a bola entrar", afirma. "Pra mim o que importa é o título. Quantos gols eu tomar não vai ter importância desde que a gente vença e seja campeão".
"É uma responsabilidade muito grande que eu quero que aumente", conta. Como pode aumentar? Com o título e o status de goleiro campeão mundial. (Agência Estado)