Descobrir atletas com potencial olímpico não é fácil e como, mesmo esses, nem todos têm a oportunidade de chegar a tal nível, é preciso acertar na escolha.
"Não pode ser francoatirador", afirma Clóvis Aires, ex-técnico da Seleção Brasileira Feminina de Taekwondo e que passados alguns anos decidiu, junto com o ex-atleta e filho Walassi Aires, retomar o trabalho de formação e preparação de atletas.
Com a experiência de ter treinado atletas como a medalhista olímpica Natália Falavigna, os dois esperam encontrar lutadores que tragam renovação e representem bem o Brasil nos tatames internacionais. Como buscam jovens esportistas sabem que é difícil levar alguém já para os Jogos Olímpicos do Rio, mas até 2020 esperam contar com bons nomes. "Para 2016 teria que ser alguém muito excepcional. Via de regra é um trabalho a longo prazo", afirma Clóvis.
Além de talento e capacidade técnica, eles buscam algo considerado essencial: a determinação. Uma característica que acreditam já ter encontrado do outro lado do mundo.
Proprietários da academia Pequeno Tigre, que conta com uma sede no Japão, pai e filho foram ao país asiático ministrar um "workshop" para os mais de 200 alunos, dos quais a maior parte são brasileiros. Aproveitaram para observar aqueles que mais se destacam e encontraram lutadores com potencial. "Temos uns cinco ou seis que são muito bons e a ideia é que alguns venham para Londrina treinar, além de participar de campeonatos abertos", explica Clóvis.
Ambos sabem das dificuldades que podem ter pelo caminho, mas para eles o amor ao esporte fala mais alto e, além de revelar novos atletas, esperaram atuar de maneira certeira na formação de cidadãos. "Para mim é uma forma de retribuir o que o esporte fez por mim como ser humano", observa Walassi.

Missão cumprida
Quem trabalha diariamente com atletas em formação sabe que levá-los ao pódio exige muita dedicação, por isso quando esse momento chega a felicidade não é apenas do competidor. Silvana Vieira é técnica das provas combinadas da equipe londrinense de atletismo e conhece bem a sensação de ver seu atleta conquistando uma medalha. "É muito bom, pois você acompanha o dia a dia do atleta, as dificuldades dele, às vezes até em casa e o seu esforço é recompensado", afirma.
Ela sentiu isso recentemente, quando a jovem de 14 anos Shayara Ribeiro se classificou para o Campeonato Sul-Americano Escolar ao conquistar uma medalha e prata no lançamento de disco e uma de bronze com o dardo nas Olimpíadas Escolares. A adolescente começou a praticar o atletismo há cerca de dois anos na pista da UEL. (J.F.)