Quando o torcedor do Tubarão olha para o time, compara resultados, vê o desempenho e a posição na tabela, tem certeza: esse filme eu já vi e sei como termina. O cenário não é novo, mas o fim ainda é possível mudar.

O velho discurso do pensar jogo a jogo, voltar a trabalhar para deixar essa situação...e outras balelas mais precisam também de um acompanhamento indispensável: a máquina de calcular. Foi um terço do campeonato e a situação já é crítica. Restam 25 jogos para se conquistar ao menos 34 pontos. Ou seja, o Londrina precisa de 11 vitórias e um empate, um aproveitamento de praticamente 50%. A maquininha que deve ficar ao lado do treinamento a partir de agora é para lembrar que o time precisa vencer 11 das 13 partidas que ainda fará no Café, e se tiver algum revés em casa terá que buscar esses pontos fora.

Já não é só mais futebol. É mais que desempenho. É resultado. Não é jogar para encantar e muito menos sonhar com Série A. É se salvar de outro fracasso, que seria o rebaixamento à Série C. É planejar com a calculadora o que não foi feito nas planilhas de contratações e comissões técnicas. Os erros acontecem, mas tantas vezes seguidamente geram um custo pesado que pode não ser zerado nesta temporada.

A gestão, a cidade, a torcida e a região parecem esquecer quão valiosa é a participação numa Série B, o quanto é difícil voltar se vier o rebaixamento. Então, por que não cuidar antes? Por que não trabalhar mais criteriosamente antes?

Um campeonato de pontos corridos se disputa desde a primeira rodada como se fosse a última. O primeiro jogo vale três pontos, como o da última rodada. Jogo perdido é jogo perdido e ponto. Não há recuperação. Pep Guardiola definiu um campeonato de pontos corridos: “Perde-se nas oito primeiras rodadas e ganha-se nas oito últimas”. Atenção total no início e foco total no final.

Ainda dá tempo, mas agora além dos adversários vêm a pressão e o emocional como sombras terríveis a cada partida. Tubarão é Tubarão. Vai ser difícil, mas pode ser um ano pra fazer história.