Páscoa para 'rechear' o bolso

Formadas em Gastronomia, Isabela Müller Rocha e Juliana Almeida Franco usam as redes sociais para divulgar os produtos e formalizar as encomendas | Foto: Saulo Ohara

A celebração da Páscoa é sempre acompanhada de muito, muito chocolate. E quem está de olho neste mercado está descobrindo uma oportunidade de fazer um dinheiro extra, trabalhando em casa.

Para se ter uma ideia, uma recente pesquisa do Ibope, encomendada pela Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), aponta que entre os brasileiros, 63% possuem o hábito de presentear com chocolates neste período.

E a boa notícia é que não faltam opções no mercado para agradar a todos os paladares. "Temos oito recheios, sendo quatro para comer de colher e quatro para os ovos fechados", diz a cozinheira Juliana Almeida Franco, de 21 anos.

Ela se juntou com a também cozinheira Isabela Müller Rocha, 23, para colocar em prática a marca Isa e Ju | For easter. Ambas trabalham em casa, individualmente, atendendo encomendas de bolos e tortas, mas nesse ano vão atuar em sociedade para produzir ovos de Páscoa.

Por causa da grande procura, a loja Baccaro Esquina Doce abre seis turmas, anualmente, para a data comemorativa | Foto: Gustavo Carneiro

"Ano passado cada uma teve sua produção, mas resolvemos juntar nossas técnicas e desde janeiro estamos nos planejando. Com o dinheiro das vendas pensamos em investir em cursos de confeitaria", conta Isabela.

A dupla tem formação em Gastronomia e pensou em toda a logística do negócio, desde a construção da marca até às embalagens. Elas também criaram uma página no Facebook para divulgar os produtos e formalizar as vendas.

"A experiência da Páscoa passada nos deu uma base para trabalhar este ano. Por exemplo, tivemos uma preocupação de buscar o melhor fornecedor possível, isto é, com bons produtos e melhor preço", diz Juliana.

Mas não é todo mundo que tem essa expertise. Muitas pessoas estão se aventurando pela primeira vez. É o chamado empreendedorismo de necessidade. "A pessoa está empreendendo porque precisa e não necessariamente, por aptidão. O que não deixa de ser um teste para ver se ela realmente se identifica com o negócio", afirma o especialista em Marketing e Empreendedorismo, Henrique Ceciliato de Carvalho, docente do curso de Administração da PUCPR campus Londrina.

Ele explica que hoje, os empresários são estimulados a prototipar o negócio. "É construir uma empresa em pequena escala pensando justamente na redução da chance de fracasso. É uma metodologia nova para qualquer cenário, isto é, de crise ou oportuno", ressalta.
Mas como todo projeto, não dá para fazer tudo da noite para o dia. É preciso se planejar com antecedência, até porque aqueles que não tiverem experiência na parte fabril, têm a chance de buscar conhecimento em cursos específicos.