Já tratei aqui dos diversos e inusitados recursos com que as empresas fazem seus processos de seleção de funcionários hoje em dia. Há diplomados imbecis demais no mercado. Recrutar e distinguir bons entre tolos tornou-se tarefa de titãs. Por isso, criatividade é o que mais se requer dos analistas.
Recebi da minha filha Esther, que vive em Israel, um texto com a narrativa de próprio punho da experiência de um candidato num processo seletivo de uma empresa média naquele país. Leia a seguir.
"Durante a entrevista, o gerente pegou seu laptop e o pôs nas minhas mãos, dizendo:
- ‘Eu quero que você tente vender isso para mim.’
Então, coloquei o computador debaixo do braço e sai caminhando para fora do prédio, rumo à minha casa.
Minutos depois, o gerente liga desesperado ao meu celular:
- ‘Ei. Cadê você? Traga o meu laptop de volta agora mesmo’.
Ao que respondi:
- ‘Claro. Por U$ 500 ele é seu’."
Não é preciso dizer que o rapaz realizou o objetivo do gerente. E foi contratado.
Qual é a dica aqui? Seja numa entrevista ou dinâmica de seleção não se preocupe só em demonstrar conhecimentos. O mais importante é captar o espírito do que o examinador deseja avaliar. Tente descobrir o que ele quer saber ou ver em você. E assim que souber, entre no clima e deixe a sua criatividade atuar com critério, disciplina e princípios.
E vai aqui uma sabedoria. As nossas aptidões são herança genética. Mas as nossas competências são resultado do esforço pessoal que fazemos para adquiri-las. Trabalhe duro no desenvolvimento de novas competências e em aperfeiçoar aquelas que você já possui e usa com sucesso na busca das suas metas. Elas é que fazem a diferença que diploma algum, MBA e conhecimento nenhum jamais farão.

Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes em Londrina