Uma pessoa autoritária que tentava impôr o seu modo de trabalho muitas vezes à base do ''grito''. Essa era mais ou menos a personalidade dominante de Maria do Carmo dos Anjos, supervisora da filial da Valentin Turismo, empresa que aplicou o eneagrama em todos os seus 27 colaboradores durante o ano.
Ela conta que, embora tivesse a característica de ser ''mandona'' fortemente arraigada, foi detectado também um perfil de alguém comunicativo, alegre e otimista. ''Comecei a trabalhar isso e a pensar mais antes de agir'', revela Maria do Carmo.
Hoje, cerca de quatro meses depois de ter passado pelo eneagrama, Maria do Carmo já identifica uma série de mudanças que não só ela sofreu, mas toda a equipe que coordena. ''Conforme o que acontece, nós mesmas nos cobramos lembrando uma a outra o que foi visto no curso. Antes eu pensava que bastava ter o meu trabalho bem feito, agora eu consigo identificar as necessidades das outras pessoas e, assim, saber agir diante de uma situação'', aponta.
A visão ampla do comportamento humano e o autoconhecimento que a supervisora diz ter alcançado, reflete, segundo ela, em todos os âmbitos de sua vida. ''Existem características que tenho que melhorar, mas hoje me sinto uma profissional mais completa'', ressalta.
Sócio-proprietário da empresa, Valentin Aparecido Martins afirma que conheceu o eneagrama através de dicas de alguns amigos e consultores e resolveu aplicar o sistema entre os funcionários. ''Todos fizemos e separamos os colaboradores em grupos, o último foi feito há cerca de dois meses'', explica.
Segundo ele, mesmo com pouco tempo de eneagrama já se pode perceber a diferença de comportamento da maioria dos funcionários. Mesmo conhecendo outros métodos, Martins acredita que este seja um dos mais interessantes para se aplicar aos funcionários. ''Na agência, o material de trabalho mais importante é o humano. Achamos fundamental que os nossos colaboradores se conheçam e também conheçam uns aos outros por meio do eneagrama.''
A consultora do Empório Gastronômico, Carolina Rosa, foi mais uma a passar pelo eneagrama. Embora isso só tenha ocorrido há cerca de três semanas, ela já vê mudanças. ''Ajuda no desenvolvimento individual e coletivo. Além disso, é uma oportunidade de nos afinarmos com a empresa e saber onde e como chegar'', comenta. ''Agora quando fizer uma entrevista de contratação. sei exatamente qual o perfil que minha equipe está precisando e vou buscar alguém que se enquadre'', argumenta.
Para o empresário Alexandre Guimarães, o método permite não só o desenvolmento profissional, mas também pessoal de seus colaboradores. ''Entendemos que para ser um bom líder é preciso ser um bom ser humano'', reforça, destacando a necessidade do autoconhecimento e também de conhecer os outros. (V.F.)