A vontade de ter um negócio para chamar de seu está presente em boa parte da população brasileira, e esse ímpeto se acentua ainda mais em tempos de desemprego alto, quando muitas pessoas, na impossibilidade de manter um trabalho estável, deixam falar mais alto o desejo de se tornar o patrão de si mesmo. Segundo dados do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), em 2015 52 milhões de brasileiros trabalharam na criação ou manutenção do próprio negócio. No entanto, o espírito empreendedor das pessoas normalmente vem acompanhado da falta de preparo para levar o empreendimento adiante. Em média 25% das pequenas e médias empresas no Brasil encerram as atividades com apenas dois anos de existência. Com cinco anos de funcionamento, esse número aumenta para mais de 50%.

A falta de capacitação dos empreendedores brasileiros é evidente e poderia ser resolvida se as escolas em todo o país ensinassem os jovens a, desde cedo, criar e administrar projetos inovadores. Colocar ideias em prática, resolver impasses e encontrar soluções para crises e conflitos são pré-requisitos indispensáveis para todo bom administrador. A vantagem de se ensinar a empreender e trabalhar tais habilidades já na escola é que os jovens terão a oportunidade de arriscar e aprender com os erros num ambiente considerado seguro, o que certamente, servirá de estímulo para continuarem tentando.

Para o consultor da Conquista Soluções Educacionais, Adeildo Nascimento, ter uma educação que alinhe os jovens às exigências do mercado é fundamental para formar bons empreendedores. "Algumas qualidades exigidas para se empreender com sucesso são inerentes ao ser humano, mas se trabalharmos todas elas ao longo da vida escolar dos estudantes, com certeza entregaremos para a sociedade pessoas muito mais preparadas para enfrentar as realidades e desafios que o mercado impõe", afirma Nascimento.

HÁBITOS
Educadores devem mostrar para o aluno que para se tornar um adulto bem sucedido na vida é preciso reunir um conjunto de hábitos, como estar sempre em busca de conhecimento e informação para dominar ao máximo a área em que se vai atuar; saber organizar todos os recursos disponíveis, sejam eles financeiros, materiais ou humanos; ter coragem e objetividade para conseguir enxergar além dos obstáculos e perseverança para não se deixar abater pelas pedras que surgirão no caminho.
Para Nascimento, noções de empreendedorismo na escola serviriam para criar no aluno uma consciência econômica, social e profissional. "Criaríamos assim indivíduos mais comprometidos, com mais chances de se tornarem agentes transformadores do meio em que vivem", destaca o consultor.