As visitas técnicas são consideradas importantes estratégias de marketing e relacionamento. E não é preciso ser grande para abrir as portas da empresa para estudantes, professores, profissionais e representantes de associações, instituições de pesquisa, e outros públicos. Os pequenos negócios também podem e devem investir nessa prática mas, para isso, é necessário se preparar. Este é o objetivo do workshop “Estruturação de Visitas Técnicas”, que será promovido online, na próxima quarta-feira (26), para micro e pequenas empresas que integram o ecossistema de inovação de Londrina e região. As inscrições custam R$ 50 e podem ser feitas no link.

O objetivo do treinamento, que será conduzido pela consultora e uma das maiores especialistas em Consultoria Turística e em Relações e Negócios Internacionais do Brasil, Vaniza Schuler, é ajudar os empresários a elaborar um roteiro, estruturar procedimentos internos, divulgar e conduzir visitas técnicas. Londrina tem um ecossistema de inovação consolidado, com vários negócios tecnológicos de diferentes segmentos de atuação, que são referências. Isso favorece a criação de um ambiente propício para visitação, com a roteirização e oferta organizada dessas empresas como produtos turísticos.

A consultora do Sebrae/PR, Simone Millan, explica que Londrina vem se posicionando como polo de inovação no Brasil e já existe demanda de públicos que desejam conhecer a cidade e o ecossistema. Por isso a necessidade de preparar as empresas. “As visitas e missões técnicas vão fortalecer a imagem de Londrina e do nosso ecossistema de inovação”, afirma. E é claro que os benefícios não ficam apenas com a cidade, mas se estendem para as empresas, que têm a chance de levar seus produtos e marcas para mais pessoas, criar relacionamentos, atrair investidores, efetivar vendas.

Vaniza Schuler afirma que, no Brasil, as visitas técnicas são normalmente motivadas por demanda, ou seja, o público interessado identifica a empresa e pede para conhecer o processo produtivo. Mas vários países do norte da Europa, por exemplo, usam as organizações para fomentar o marketing de destinos e auxiliam na estruturação de visitas de forma regular e sistematizada, criam um portfólio de produtos e trabalham a geração do fluxo turístico de negócios para a região para fins de benchmarking - processo de busca das melhores práticas de gestão da entidade numa determinada indústria e que conduzem ao desempenho superior.

O maior exemplo de sistematização de visitas técnicas, segundo Vaniza, é o Vale do Silício, que oferece um roteiro de imersão em um ambiente de negócios inovadores, com visitação de empresas referências nos setores de tecnologia e inovação. “Londrina tem esse ambiente, com empresas inovadoras em vários setores de atividades, além de institutos de pesquisas, universidades, hospitais, empresas de tecnologia organizadas em um hub. Isso torna mais simples o processo de roteirização e utilização das empresas para a prospecção de turismo de negócios de forma ordenada”, avalia. Para ela, basta a cidade se “apropriar” de um posicionamento que a própria demanda reconhece, pois já existe um fluxo espontâneo de visitas técnicas para a cidade.

No workshop, a especialista diz que oferecerá subsídios para que as empresas estruturem seus produtos e visitas técnicas. Elas poderão escolher os públicos que desejam receber de acordo com suas estratégias de negócio, devem determinar o tempo de duração das visitas, que pontos serão destacados, quais setores serão visitados. “O objetivo é que os participantes saiam do treinamento com o esqueleto inicial da formatação do produto, que depois será validado internamente”, adianta. O próximo passo, de acordo com Vaniza, é montar, por meio das organizações de marketing de destino, uma oferta de produto para divulgação ao público-alvo potencial, a exemplo dos países de referência.

Em Londrina, a agência de viagens Terra Nova Turismo promove turismo de negócios por destinos no Brasil e exterior. A sócia-proprietária da empresa, Flávia Sandreschi Reis, conta que desde 1989 trabalha com a personalização de roteiros para visitas técnicas a empresas. Segundo ela, a agência movimenta em torno de 3 mil pessoas por ano, entre brasileiros e estrangeiros. “Londrina apresenta grande potencial pela excelente estrutura de hotéis, restaurantes, centros de pesquisa que são referências internacionais”, avalia a empresária. É um mercado próspero, que atende clientes exigentes em busca de conhecimento e investimentos.

O workshop é uma realização do Sebrae/PR, Agro Valley, APL Audiovisual de Londrina e Região, APL de TI de Londrina, Governança da Inovação na Construção Civil do Norte do Paraná (Icon), Ecossistema EletroMetalMecânico (Inovemm), Núcleo de Turismo de Londrina, Integra (Governança de Químico e Materiais), RedFoot e Saúde Londrina União Setorial (Salus).