Imagem ilustrativa da imagem UEL comemora sua primeira patente
| Foto: Agência UEL
"Já conversamos com um fabricante para a produção da bolsa necessária para execução do processo", diz a inventora Adriana Spinosa



A Universidade Estadual de Londrina (UEL) comemora a concessão pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) da sua primeira patente. Foi para o trabalho "Processo de Lavagem Estéril de Concentrado de Hemácias", criado pela bioquímica Adriana Aparecida Spinosa, do Hemocentro da instituição. Agora, a inventora e a Agência de Inovação Tecnológica da UEL (Aintec) trabalham para viabilizar o produto em escala comercial.
Hoje, a universidade tem 85 pedidos de patentes em andamento no Inpi. Os primeiros foram depositados em 2002. Conforme explica a coordenadora do Escritório de Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia, Isabela Lima Braz Guedes, a patente vale por 20 anos. Depois, o invento passa a domínio público. Enquanto isso, o inventor tem direito a 33% dos valores obtidos com o produto. O restante fica com a universidade.
A UEL, através do Escritório de Transferência de Tecnologia, ajuda a fazer a prospecção das empresas interessadas na produção dos inventos em escala comercial. "No site da Aintec (www.aintec.com.br), temos uma vitrine tecnológica, na qual expomos os trabalhos (que estão sendo patenteados) com uma linguagem mais voltada ao mercado", conta.
Segundo a inventora Adriana Spinosa, a patente a deixa mais confiante de que encontrará uma empresa da área de transfusão sanguínea como parceira para que o produto ganhe escala comercial em todo o Brasil. "Já conversamos com um fabricante para a produção da bolsa necessária para execução do processo. Ficaram de verificar uma visita para final de setembro", explica. Mas ela não descarta o apoio de instituições de fomento, nem mesmo utilização de recursos próprios.
O produto ainda precisa passar por alguns testes, de acordo com a bioquímica. E só depois disso será preciso prever um prazo para produção comercial. "Também há um tempo necessário para registro do produto. A parte de execução, ajustes e os exames complementares, espero realizar no máximo em um ano, sendo bastante otimista", ressalta.

INVENTO
A bioquímica explica que alguns pacientes, ao receberem sangue doado, apresentam alergias às proteínas existentes nele. Para resolver esse problema, é preciso lavar as bolsas para retirar as proteínas. E esse processo precisa ser feito de forma estéril. O método desenvolvido por ela permite que a lavagem seja feita em qualquer bancada, apenas com um conector estéril e uma bolsa de PVC com solução salina. O processo garante a lavagem do sangue sem nenhuma contaminação.
O processo de registro da patente levou dez anos.