Os trabalhadores dos Correios entraram em greve na terça-feira (19) em todo o País. A categoria tenta negociar um reajuste salarial de 8%. De acordo com o Sintcom PR (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Paraná), a adesão no estado é de 70% dos funcionários e deve aumentar nos próximos dias até a paralisação total dos serviços.
Mas os Correios informaram, por meio de nota, que o movimento está concentrado na área de distribuição e que apenas 9,11% do efetivo do Paraná aderiu ao movimento. Ainda de acordo com a nota, a paralisação não afetou os serviços de atendimento dos Correios.
Os funcionários da estatal querem 8% de reposição da inflação cuja data-base deveria ter sido efetivada no dia 1º de agosto. Também exigem a manutenção dos benefícios conquistados no último acordo coletivo. Eles também são contra o fechamento dos bancos postais, que por determinação da direção da ECT deixaram de funcionar nesta quarta-feira, atingindo 412 agências no Paraná.
"Até agora a empresa não quis negociar o nosso acordo coletivo e também não concordamos com o fechamento dos bancos postais. Isso vai prejudicar a população e o trabalhador. Outra luta é contra a cobrança de mensalidade do nosso plano de saúde", explicou Ezequiel Dutra, diretor de comunicação do Sintcom PR.
O Sindicato dos Correios do Paraná está marcando audiências públicas nas câmaras legislativas nas cidades afetadas para explicar à população os prejuízos decorrentes do fechamento dos bancos postais, além de ingressar com medidas judiciais, algumas já com liminar concedida em favor de se manter essas agências abertas e com segurança armada.
Os funcionários também reclamam do fechamento de agências, ameaças de demissão, corte em investimentos, suspensão de férias, entre outras questões. A entidade também demanda novos concursos para a reposição de funcionários que se aposentaram. A última seleção para empresa ocorreu em 2011.
Para os sindicatos, a estratégia da empresa é sucatear os Correios visando a privatização. A Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares) afirma que a direção dos Correios continua intransigente e quer ganhar tempo para enquadrar o Acordo Coletivo de Trabalho 2017/18 à nova CLT, reduzindo os direitos dos trabalhadores ao salário – sem reajuste - e ao vale transporte.

NEGOCIAÇÕES
Em nota, os Correios afirmaram que a negociações com os sindicatos que não aderiram à paralisação ainda estão sendo realizadas esta semana. "Os Correios continuam dispostos a negociar e dialogar com as representações dos trabalhadores na busca de soluções que o momento exige e considera a greve um ato precipitado que desqualifica o processo de negociação e prejudica todo o esforço realizado durante este ano para retomar a qualidade e os resultados financeiros da empresa". (Com Agência Estado)