Em uma mensagem gravada nesta segunda-feira, 17, e publicada nesta noite nas redes sociais, o presidente Michel Temer ignora a pauta da denúncia e foca na estratégia de exaltar a aprovação da reforma trabalhista e tentar recolocar a pauta da reforma da Previdência.

Na mensagem, de pouco menos de quatro minutos, Temer afirma que a semana passada foi marcada por "dias de muitos trabalhos e excelentes resultados para o País". "Dias desafiadores, mas mantivemos a pauta das reforma e avançamos ainda mais", afirmou.



A maior parte de sua fala foi dedicada a defesa da reforma trabalhista, mas o presidente - que, segundo interlocutores, quer reforçar a sua imagem reformista - também falou de retomar a reforma da Previdência e acelerar a reforma tributária. Em março, entretanto, o presidente já havia dito que enviaria medidas provisórias sobre o tema para a Câmara.

"Meus amigos, minhas amigas, eu tenho muito orgulho em dizer que vencemos a maior recessão de nossa história. E temos que celebrar, volto a dizer, a reforma trabalhista. A revolução que fizemos na relação entre patrão e empregado faremos também ao simplificar nosso sistema tributário. Esse será outro ponto que levaremos adiante em brevíssimo tempo", prometeu.

Também como parte de uma estratégia para tentar mostrar empenho na retomada da agenda, sem citar a denúncia, o presidente fez uma defesa da reforma da Previdência e disse que "governo, parlamento e sociedade brasileira têm ainda um desafio maior: salvar as nossas futuras gerações" o que, segundo ele, significa "salvar a Previdência Social". "O Brasil continuará avançando. Coragem e disposição para fazer o que é preciso ser feito. É nisso que eu acredito, é isso que continuarei a fazer. Vamos juntos transformar o país", completou.

Na mensagem, Temer diz ainda que seu governo começou inspirado no programa uma Ponte para o Futuro, do PMDB, e que agora "esse compromisso escrito tem se tornado realidade". "A maior prova é a aprovação da reforma trabalhista. A modernização trabalhista agora é lei. Nem os mais otimistas esperavam que fosse possível recuperar o tempo perdido tão rapidamente", afirmou, repetindo a frase dita em seus discursos recentes de que a nova lei coloca o Brasil "no século 21 nas relações trabalhistas".

Segundo Temer, muito ainda se falará sobre essa legislação e sobre a criação de novos empregos que ela permitirá. "Milhões de trabalhadores e trabalhadoras que vivem hoje na informalidade terão enfim suas carteiras assinadas. Estamos mudando o Brasil para melhor", afirmou.

Agenda positiva

Ao destacar os indicadores econômicos, Temer também usou parte de sua fala
para falar do agronegócio. "Do campo não para de chegar boas notícias", disse. "Eu e o ministro Blairo Maggi nos dedicamos a melhorar a gestão do agronegócio e o planejamento já trouxe resultados. Nossa safra de grãos bate novos recordes e estima-se que chegará em 240 milhões de toneladas este ano", destacou. "Com isso, a inflação caiu ainda mais, e o brasileiro já paga menos para comer, menos para
vestir, menos para morar."

O presidente disse ainda que os juros seguem em ritmo de queda, mas que "os resultados positivos não param por aí". "O crédito para a pessoa física só aumenta. A renda média do trabalhador vem subindo", afirmou.

O discurso reforça a estratégia de Temer, que tem pedido aos seus ministros inclusive que levantem possibilidades de pautas positivas, com apelo popular, e que pequenas medidas que possam atingir a população para tentar melhorar sua popularidade.

"A renda média do trabalhador vem subindo. O fluxo de veículos pesados nas estradas cresce há 7 meses, um indicador de melhora da economia. Pelo terceiro mês seguido nosso país registra criação positiva de empregos. Os investimentos e os empregos estão voltando", elencou ao citar geração de vagas apurada pelo Caged em junho, divulgado nesta tarde de segunda-feira, 17.

Temer destacou ainda a sanção da MP de regularização fundiária, feita na semana passada, pela qual "milhões de brasileiros sem escritura em breve terão documento de suas casas em cidades e terreno no campo". "Melhoraremos nossa competitividade no campo empresarial, abrindo novos mercados para empresas nacionais, gerando empregos para todos os brasileiros", acrescentou.