O londrinense que está com o nome incluído em serviços de proteção ao crédito devido a débitos com empresas de telefonia terá oportunidade de regularizar a situação na próxima semana. O Núcleo Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-Ld) promove, entre 24 e 27 de outubro, a primeira fase do mutirão dos superendividados.
Segundo o coordenador do órgão, Rodrigo Brum, a iniciativa é uma forma de tirar as pessoas do endividamento de forma que consigam pagar suas obrigações de modo mais tranquilo e possam reobter acesso ao crédito, no momento em que as festas de fim de ano se aproximam.
O mutirão será na sede do Procon (Rua Mato Grosso, 299), das 8h às 17h. Participarão do mutirão as empresas Claro/Net, Sercomtel, Tim e Vivo, que distribuirão as senhas até as 15h e disponibilizarão equipes próprias para a negociação. Brum ressalta que, mesmo com o evento, o atendimento do órgão segue normal.
As quatro empresas enviaram com antecedência relatórios de descontos e prazos que praticarão durante a semana. As propostas incluem descontos de 20% a 80%, com possibilidade de parcelamento em até dez vezes, além da não cobrança de juros ou correções. As vantagens, entretanto, dependem do produto envolvido.
O coordenador do Procon afirma que o setor que mais endivida o consumidor é o bancário, seguido das operadoras de telefonia. A ideia era fazer a primeira fase com os bancos, mas a greve da categoria prejudicou as negociações. Brum espera que a segunda etapa ocorra até o início de dezembro, mas depende das instituições aderirem e oferecerem propostas interessantes para o consumidor.

LOJA LACRADA
O Procon-Ld lacrou ontem à tarde o estabelecimento de comércio e conserto de eletrodomésticos e eletrônicos, localizado na zona norte de Londrina. A empresa é acusada, entre outras coisas, de vender produtos com avarias e vícios, de não executar os serviços para qual foi contratada e, até, de vender produtos deixados na loja para manutenção.
O órgão decidiu por essa medida cautelar depois de a empresa ser condenada em seis processos administrativos – cinco em 2015 e um este ano – e acumular mais 56 reclamações no órgão de defesa do consumidor. Segundo Rodrigo Brum, nenhuma das seis multas aplicadas foram pagas. "A empresa foi inscrita no cadastro de inadimplentes da Prefeitura de Londrina. Eles [proprietários] sequer se defenderam das acusações", conta.
Com a lacração, a empresa fica proibida de fazer novos negócios de venda ou de consertos, com exceção dos que já foram contratados, até que as reclamações sejam solucionadas. Caso faça novo contrato de negócio, caberá multa no valor de R$ 150 mil.
A FOLHA tentou entrar em contato por dois telefones encontrados na internet atribuídos à empresa. O número fixo consta como inexistente pela operadora. O número móvel tocou até cair na caixa postal de voz, mas ninguém retornou o recado deixado.