Brasília - O programa para alavancar exportações de micros e pequenas empresas que o presidente interino, Michel Temer, quer apresentar como cartão de visitas em sua viagem à Argentina prevê que o comércio entre os dois países seja feito em moeda local, sem negociações em dólar. A ideia foi chancelada por integrantes do Banco Central que estão formatando o projeto Simples Internacional.
Esse grupo pretende terminar a proposta de criação do novo programa até o fim de agosto para que Temer possa apresentá-la ao presidente da Argentina, Mauricio Macri. As negociações em torno do programa estão mobilizando integrantes da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e órgãos como a Receita Federal, o BC, e a Apex. À frente do projeto estão o Sebrae e o Ministério das Relações Exteriores.
Dados preliminares apontam que, hoje, as pequenas e médias empresas representam cerca de 1% das exportações brasileiras. O desenho inicial prevê o lançamento do Simples Internacional na Argentina, depois uma expansão para o Mercosul. Se houver sucesso, o alvo seguinte será a África. A proposta parte de uma brecha aberta pela lei do Simples Nacional, que criou a figura do "operador logístico internacional". O Sebrae e o Itamaraty trabalham com a tese da formulação de um tratado de livre mercado para os pequenos empresários. Isso levaria a acordos bilaterais para diminuir a tributação e criar procedimentos simplificados para a habilitação de empresas, licenciamento, despacho aduaneiro e câmbio.