A procura por mais capacitação e informações no Sebrae mostra que o amadorismo está ficando no passado, segundo consultor
A procura por mais capacitação e informações no Sebrae mostra que o amadorismo está ficando no passado, segundo consultor | Foto: Marcos Zanutto



Curitiba – A necessidade turbinada pelo senso de oportunidade em meio a um momento de rearranjo da economia e das relações de trabalho refletiu nos números de criação de empresas em todo o País. Segundo o Indicador Serasa Experian de Nascimento de Empresas do mês de janeiro, divulgado nesta quarta (17), foram criadas 194.199 novas organizações, dentre as quais o Paraná respondeu por 12.478 (96,4% do total).
Em todo o País, os Microempreendedores Individuais (MEIs) representam boa parte desses números. Foram 159.522 empresas que nasceram neste janeiro contra 137.301 em janeiro/2016, alta de 16,2%. No Paraná, essa tendência se confirma no acompanhamento da Junta Comercial do Paraná (Jucepar) de abertura de novas empresas que, para um universo de 12.825 novas organizações registradas em janeiro deste ano, constatou que 9.879 foram MEIs. Com dados até março, a Jucepar deu conta de que o Paraná cravou o primeiro trimestre de 2017 com um aumento de 15% no número de empresas abertas na comparação com o mesmo período de 2016.
Em números absolutos, foram abertas 40.282 novas empresas, entre microempreendedores individuais (MEI) e registros protocolados na Jucepar, contra 35.001 negócios criados nos três primeiros meses do ano passado. "Nós interpretamos esse incremento na comparação com 2016 como parte do rearranjo pelo qual passa nossa economia e a melhora na confiança por parte do empreendedor, somada ao forte trabalho de desburocratização do processo de abertura de empresas no Estado. Nos 212 municípios onde já firmamos convênio, como Londrina, em cinco dias é possível que uma empresa de baixo risco obtenha alvará, registro na Junta e CNPJ ", aponta o presidente da Jucepar, Ardisson Akel.

Imagem ilustrativa da imagem Recorde de aberturas de empresas soma necessidade à oportunidade



FORMALIZAÇÃO
Essa crescente formalização dos negócios no Brasil também é apontada pela Serasa como uma das razões pelo aumento constante das MEIs, registrado desde o início da série histórica do indicador. Em sete anos, passaram de menos da metade dos novos empreendimentos (25,5%, em janeiro de 2010) para 82,1% no último levantamento.
No embalo dessa formalização e do chamado "empreendedorismo de necessidade", também cresceu a procura por informações e capacitação via Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que vem a respaldar os dados da Serasa e Jucepar e revelar uma evolução nos rumos dos empreedimento no País. "Mesmo em um momento muito ruim da economia, temos percebido na crescente procura pelos nossos cursos e consultoria uma valorização da qualificação e da produtividade. O amadorismo está ficando no passado", comemora o gerente da unidade de ambiente de negócios do Sebrae-PR , César Rissete.

Pulo do gato
Tanto no âmbito nacional quanto estadual, o setor de serviços dispara na frente dentre as escolhas dos novos empreendedores. Foram 124.340 novas empresas que surgiram no Brasil em janeiro neste segmento, que representam 64% do total. No Paraná, pelo Indicador Serasa Experian, 8.346 foram criadas em janeiro, o que corresponde a 67% das empresas que nasceram no primeiro mês do ano no Estado. "Seja serviço, seja comércio, que vem na sequência dentre os empreendimentos que mais surgem, os empresários precisam internalizar que está na geração de valor daquele serviço ou produto, o pulo do gato para o sucesso do negócio", alerta.
Rissete lembra que essa diferenciação pela qualificação irá gerar ainda mais oportunidades diante de um cenário em que etapas do processo produtivo poderão ser terceirizadas. "Entre internalizar um processo e terceirizar com quem é especialista em determinada etapa, naturalmente, se buscará a segunda opção. Profissionalizando a cadeia produtiva como um todo, gerando inúmeras oportunidades de negócios e garantindo prosperidade para empreendimentos com foco nessa qualificação. Passada a crise, nessa nova ordem, a retomada do crescimento virá à tona como uma forma de geração de riqueza aprimorada", aposta.