Dentre as ações que estão prestes a sair do forno, o programa Brasil mais Produtivo se mostra um dos trunfos do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) para alavancar a produtividade em mais de 20% de três mil indústrias de pequeno e médio porte (de 11 até 200 funcionários) dos setores de vestuário e calçados, alimentos e bebidas, metalmecânico e moveleiro.
A iniciativa foi estruturada em conjunto com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), na qual o Senai-PR contribuiu de forma decisiva para o projeto-piloto, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Esse salto rápido na produtividade das empresas que aderirem ao programa está respaldado na redução de sete tipos de desperdícios: superprodução, tempo de espera, transporte, excesso de processamento, inventário, movimento e defeitos. "As empresas que aderirem vão receber uma consultoria. Na experiência da CNI, os ganhos de produtividade beiraram 40%, daí a meta de 20% ser bastante coerente", defendeu o ministro Marcos Pereira, do MDIC.
Segundo o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo, o ministro deve lançar o programa no Estado entre setembro e outubro. As empresas já podem se cadastrar no site www.brasilmaisprodutivo.gov.br. "Vale muito a pena porque a contrapartida delas será irrisória."
O custeio das empresas ficará por conta dos órgãos que estruturaram a iniciativa. Cada consultoria custará R$ 18 mil, sendo que a empresa deverá arcar com R$ 3 mil. "É um programa que irá abranger cerca de 80% das indústrias e envolverá uma enorme cadeira produtiva", avalia Campagnolo.
Para o ministro, o programa também terá o papel de ajudar na desburocratização do País que, pelo Doing Business (ranking do Banco Mundial), de 189 países, fica na 116ª posição em burocracia, atrás de países como Paraguai e Nigéria. "São 2,6 mil horas, em média, que cada empresa perde preenchendo e prestando informações acessórias às três esferas de governo. Uma grande parcela dos custos do negócio é para atender a burocracia do nosso país e, isso precisa ter fim. Focando no programa creio que conseguiremos trazer soluções para isso também." (M.M.)