Imagem ilustrativa da imagem Prestação de serviços cresce no Paraná em junho



O setor de serviços no Paraná apresentou breve melhora no mês de junho, de aumento de 0,7% no volume em comparação com maio, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). O resultado vai na contramão da média nacional, que teve retração de 0,5% em comparação com maio. Quando comparado com o mesmo período do ano anterior, o Paraná teve queda de 2,7%, resultado também melhor que o nacional: na média brasileira, houve retração de 3,4%.
O resultado nacional ocorre após o setor de serviços apresentar crescimento de 0,2% em maio e queda de 1,3% em abril. Já a variação negativa comparada com junho de 2015 foi a maior para o período da série história, iniciada em janeiro de 2012. Apesar disso, para especialistas, os números demonstram que se inicia um momento de ligeira reação.
A PMS engloba os setores em cinco atividades: serviços prestados às famílias; serviços de informação e comunicação; serviços profissionais, administrativos e complementares; transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio; e outros serviços. Destes, houve crescimento apenas nas áreas de comunicação (0,2%) e de transportes (0,4%).
O técnico de Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Roberto Saldanha, avalia uma melhora em junho porque a retração foi inferior às registradas nos meses anteriores. "Podemos afirmar que o setor de serviços acompanhou a ligeira recuperação do setor industrial", afirma. Para ele, o desempenho dos segmentos de comunicação e de transportes também corroborou com a reação da indústria, indicada anteontem pelo IBGE.
O consultor econômico da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), Marcos Rambalducci, vê da mesma maneira. No Paraná, apenas o setor de comunicação teve resultado positivo, enquanto os serviços para famílias apresentaram os maiores encolhimentos. "O setor de comunicação e informação é impulsionado pelo consumo das empresas, e não das famílias. Então, o que notamos é que há um ponto de inflexão onde as empresas começam a fazer negócios, ampliam clientes. Já as famílias estão empobrecidas", avalia.
Ainda na análise dele, mesmo que a produção comece a aumentar, isso ainda não é sentido porque os índices de desemprego não regrediram e a renda segue apertada. Além disso, alguns serviços para famílias devem demorar mais a ter índices positivos porque começam a recompor, depois de meses trabalhando com margem de lucros bastante baixas.

RESULTADOS REGIONAIS
Os serviços tiveram melhora em junho quando comparado a maio em 13 das 27 Unidades da Federação (UF) – apenas uma ficou estável e outras 13 registraram resultados negativos. A alta de 0,7% coloca o Paraná na sexta posição, à frente do Rio Grande do Sul, que se manteve estável, e de Santa Catarina (-0,2%). Na comparação com junho de 2015, apenas Acre, Roraima, Distrito Federal e Tocantins tiveram resultados positivos.
A divulgação da PMS fez com que a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revisse ontem sua projeção para o setor de serviços de -4,5% para -4,1% para 2016. "É uma reação, mas não uma recuperação", afirma o economista da entidade, Fabio Bentes. De acordo com ele, mesmo que se confirme o novo percentual, ainda será o pior fechamento de ano desde o início da pesquisa do IBGE, em 2012.
A decisão da CNC tem como base o fato de a retração de junho ter sido a menor em 12 meses. Bentes explica que esse panorama dá o entendimento de que teremos um segundo semestre melhor que o primeiro. Ele ainda explica que, apesar de os serviços intercalarem desempenhos mensais positivos e negativos, a deflação para o setor em junho ficou em 4%, abaixo da inflação do período.