Para o controler da Sercomtel, Celso Pozatto, o problema é que a empresa tem ''limitação de escala''. A Celular só pode atuar nos municípios de DDD 43 e a Fixa, no Estado do Paraná. ''Os custos de uma operadora de telefonia são basicamente os mesmos para operar com 200 mil ou com um milhão de usuários'', alega.
A empresa tem hoje cerca de 200 mil clientes em telefonia fixa e 80 mil em celular e aposta na expansão para outros municípios. Na Fixa, os serviços que antigamente só podiam ser oferecidos em Londrina e Tamarana, hoje já chegam a 32 cidades, incluindo Curitiba e região metropolitana. ''Até o final do ano estaremos em 40'', conta Pozatto. Com foco no cliente corporativo, a Sercomtel Fixa procura ampliar seu raio de atuação pelo Estado, utilizando a rede de fibra ótica da sócia, a Copel.
O controler afirma que a Sercomtel está desenvolvendo um trabalho de fidelização e retenção de clientes, que incluirá a derrubada dos seus preços. ''Hoje há uma guerra de tarifa e não podemos ficar de fora'', salienta.
Apesar de a saída na visão do controler ser aumentar as receitas, o novo presidente da Sercomtel, Kentaro Takahara, aposta também em redução de custos. Ele disse ter cortado nove cargos de conselheiros da coligada Adatel que consumiam cerca de R$ 10 mil por mês. ''Substituímos por três funcionários de carreira que não receberão nada a mais por exercer a função'', explica. Takahara promete não nomear nenhum gestor da Sercomtel por motivação política.
''Inclusive eu estou acumulando a Diretoria de Marketing'', declara. Ele conta que mandou vender os carros que pertencem à diretoria e que está fazendo um ''pente-fino'' em despesas como horas extras, materiais de uso diário, telefone, combustível, entre outras.
A nova direção também conta com o Plano de Desligamento Voluntário (PDV), que teve início em abril deste ano e vai até abril do ano que vem, para ajudar a segurar os custos da empresa. Ao final do PDV, a Sercomtel terá cortado 117 postos de trabalho. ''Acho que no máximo 30% desse total terá de ser substituído'', diz o presidente.
Takahara afirma que foi cancelado o processo licitatório que estava sub judice para contratar uma agência de publicidade. ''Estamos conversando com o Observatório Social e o Ministério Público para ver se fazemos um contrato emergencial, já que estamos sem propaganda desde novembro. Precisamos voltar à mídia urgentemente'', considera.
Questionado sobre a estrutura da Sercomtel, o presidente afirmou que a considera ''um pouco pesada''. ''Se fosse uma empresa privada teria melhores condições de enxugamento'', declara. Mesmo assim, ele diz que acredita na empresa. ''Sabendo explorar os nichos de mercado, melhorando o atendimento nas áreas de venda e assistência técnica, vamos conseguir bons resultados'', declara.
A reportagem perguntou a Takahara se concorda com a posição do presidente do Conselho de Administração da Sercomtel, Osvaldo Pitol, que defendeu a privatização da empresa em reportagem da FOLHA publicada em abril. ''Ainda não tenho um juízo formado sobre isso'', respondeu. (N.B.)

Imagem ilustrativa da imagem Presidente aposta em corte de gastos